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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Programa catarinense pode virar modelo para o país


É o primeiro dia de vida de Héctor e a educadora do Programa Capital Criança entra no quarto da maternidade do Hospital Universitário, em Florianópolis, onde ele está com a mãe, para anunciar uma agenda cheia de compromissos.

Em alguns dias, o filho de Luciana Carvalho, 28 anos, deve estar na unidade de saúde do Bairro dos Ingleses, onde moram, para fazer o teste do pezinho e ser avaliado por um pediatra e por um dentista, que vai orientar a mãe sobre os cuidados com a higiene bucal. Amãe também tem hora marcada com um ginecologista e, se precisar, pode marcar consulta com um psicólogo.

Essa é a rotina de todos os bebês que nascem em Florianópolis desde 1997. O compromisso do Programa Capital Criança é de acompanhar o desenvolvimento dos florianopolitanos desde os seus primeiros momentos até os 10 anos de idade e, com isso, reduzir a taxa de mortalidade infantil na Capital.

O programa tem cumprido bem o seu papel. Há 14 anos, a taxa de mortalidade infantil média, em Florianópolis, era de cerca de 20 mortes para cada mil bebês nascidos, considerando crianças de até um ano de idade.

Cinco anos após o início do projeto, este número caía abaixo de dois dígitos e, hoje, está em 8,7.

Os resultados chamaram a atenção do governo federal. Os responsáveis pelo programa estiveram em Brasília, no mês passado, para apresentá-lo no seminário Cidadão do Futuro Políticas para o Desenvolvimento na Primeira Infância. Durante os dois dias de evento, políticos, magistrados e especialistas na área debateram em busca de soluções para integrar políticas públicas que garantam assistência na primeira infância.

Subsidiado com recursos do orçamento municipal destinados à atenção básica de saúde, o investimento nas ações desenvolvidas têm sido praticamente constantes ao longo de todos esses anos.

Cuidados ainda no berço do hospital

A abordagem é feita nas maternidades públicas e particulares. As mães recebem um kit contendo termômetro, álcool 70% e gazes para a limpeza do umbigo, pomada para assaduras, uma cartilha com informações sobre primeiros cuidados, caderneta do Sistema Único de Saúde (SUS) e de vacinação e uma certidão que indica que o bebê é nascido em Florianópolis. Neste primeiro contato, as mulheres podem também tirar dúvidas.

"Elas perguntam bastante. Se for preciso, a gente aciona o pediatra, as enfermeiras, tudo para que ninguém saia daqui com alguma dúvida", explica a educadora Ivete Sarmento Carneiro.

Há 12 anos no programa, Ivete conta que a equipe de cinco educadoras atende cerca de 600 crianças por mês. Mesmo as mães que moram em Florianópolis e optam por ter o bebê em São José ou Palhoça são atendidas.

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