Receita do setor chega aos R$ 73 bilhões, em 2010, impulsionada pelo avanço da economia e aumento do emprego formal
Érica Polo no Brasil Econômico
O mercado de planos de saúde no Brasil chegou ao final do ano passado com cerca de 47,3 milhões de beneficiários - ou seja, um quarto da população do país. O número aponta para evolução de 4%, ante 2010, e de 17% em comparação ao volume registrado em 2008. O avanço visto nesse segmento resulta do aumento do emprego formal, que ampliou o acesso de boa parte da população aos cuidados de empresas privadas quando o assunto é saúde.
Apesar da expectativa de um crescimento menos acelerado da economia neste ano, representantes do setor apostam que as carteiras de clientes vão continuar aumentando. Denise Eloi, presidente da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), arrisca um palpite: entre 6% a 8% de avanço em número de usuários.
O movimento ascendente registrado até aqui, é claro, já engordou os caixas das empresas.
Entre 2008 e 2010, a receita obtida pelas companhias de saúde cresceu 23% e passou a movimentar cifras da ordem de R$ 73 bilhões no país. Até setembro de 2011, a cifra chegava a R$ 60 bilhões, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para 2012, Denise acredita em até 7% de alta na receita.
"Não vai crescer na mesma velocidade dos anos anteriores, mas ainda há espaço para a contratação de novos planos".
Compras no atacado A nova configuração do segmento não é percebido apenas pelos números que ele ostenta. Nos bastidores, a saúde privada tem gestão similar a qualquer outro ramo da economia, seja pelo expressivo número de fusões e aquisições, seja na busca ferrenha por redução de custos.
A cúpula do Sistema Unimed, cujo faturamento alcançou R$ 25 bilhões no ano passado, tem as três questões em seu caderninho de prioridades. Para acrescentar 12 novos hospitais próprios à rede que leva sua bandeira reservou R$ 380 milhões, aplicados entre 2011 e 2012.
Um dos grandes consolidadores do setor é Edson de Godoy Bueno, principal acionista da Amilpar. Bueno colecionou 16 aquisições entre planos de saúde, hospitais, clínicas e laboratórios, com um desembolso estimado em R$ 2,3 bilhões. Mesmo com o fortalecimento da musculatura, a Amil não estagnou. Entre 2011 e 2014 a empresa deve investir cerca de R$ 700 milhões em inaugurações, aquisições e reformas de estruturas.
O Grupo Fleury, presidido por Omar Hauache, também se movimentou.
Para ganhar espaço em solo carioca, por exemplo, um dos principais negócios concluídos pelo laboratório foi a aquisição da Labs D'Or, que pertencia à Rede D'Or, por R$ 1,2 bilhão em 2010.ORio também está nos planos da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein, dizem fontes do setor. Até 2012, o Einstein quer investir R$ 1,5 bilhão em reformas e expansão regional.
Nos últimos anos, fusões e aquisições passaram a dominar a área de saúde privada. A frenética busca por corte de custos é o próximo estágio e redes como Unimed já têm o receituário para driblar o desafio
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