Comparação é entre primeiro semestre do ano passado e o de 2010; taxa ainda está acima das metas da ONU
Queda nas mortes durante a gravidez ou até 42 dias depois estava estagnada desde a década passada
na FSP
Dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde indicam que o Brasil pode ter registrado em 2011 a maior redução em termos absolutos no índice de mortalidade materna desde 2002 -ano em que o país freou a acentuada melhora nesse indicador verificada nos anos 1990.
O governo registrou 705 óbitos maternos no primeiro semestre de 2011 contra 870 no primeiro semestre de 2010, uma queda de 19%.
Dados preliminares indicam, segundo o ministério, que o país pode atingir em 2011 uma taxa próxima a 63 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos, contra 68 por 100 mil em 2010.
O índice, se confirmado, significará a maior queda da taxa de mortalidade desde 2002. O governo atribuiu o desempenho a uma melhora geral dos serviços de atendimento à gestante.
Porém, mesmo se mantiver esse novo e acentuado patamar de queda nos próximos quatro anos, o país não vai cumprir a meta estabelecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 2000.
"Temos de intensificar o trabalho nos próximos anos se quisermos atingir os Objetivos do Milênio, de chegar a 35 [mortes maternas por 100 mil nascidos vivos] em 2015", afirmou o ministro Padilha.
Ontem ele afirmou que continua trabalhando com a meta traçada pela ONU. Em eventos recentes, porém, o ministro já declarou que esse pode ser um objetivo não cumprido pelo Brasil.
ATRASO
Uma pesquisa internacional divulgada no ano passado apontou que o país poderia se atrasar em 25 anos para cumprir a meta.
A curva na proporção de mortes de mães em relação ao total de nascidos vivos é acentuada durante toda a década de 1990 e se transforma em uma linha quase estável nos anos 2000.
Segundo Padilha, os anos 90 se caracterizaram pela universalização do pré-natal e do parto em hospitais. Na época, porém, não havia uma boa investigação que identificasse as causas das mortes.
Considera-se morte materna a que ocorre durante a gestação ou até 42 dias após o parto, qualquer que tenha sido a duração da gravidez.
A estatística inclui causas diretas de morte materna (como eclâmpsia e hemorragia pós-parto) e indiretas (doenças preexistentes agravadas na gravidez, como diabetes e doenças circulatórias), e exclui causas externas, como acidentes.
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