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terça-feira, 20 de março de 2012

Em 2004 Serra assinou "papelzinho" dizendo que só deixaria a prefeitura se morresse

FABIANA FUTEMA

CAIO JUNQUEIRA
da Folha Online em  14/09/2004  

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, afirmou hoje durante sabatina daFolha que não deixará o cargo, se eleito, em 2006 para concorrer ao governo do Estado ou à Presidência da República.

"Só se Deus me tirar a vida. Só saio se houver uma desgraça que me envolva", disse ele, ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de deixar o cargo para seu candidato a vice, o deputado Gilberto Kassab (PFL).

O tucano assinou uma declaração --apresentada pelo colunista da Folha Gilberto Dimenstein e que será registrada em cartório-- de que cumprirá, caso eleito, os quatro anos do mandato de prefeito e não deixará o cargo para concorrer a governador do Estado ou à Presidência da República em 2006.

Ele negou que esconda da biografia de Kassab o fato de ter sido secretário do ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000). Serra também negou irregularidades com o patrimônio de Kassab, que é investigado pelo Ministério Público.

"O Kassab apresentou elementos.Outros também tiveram aumento de patrimônio. O importante [para o aumento de patrmônio] é ter explicação. O problema é se foi de forma ilegal."

Ele descreveu Kassab como homem experimentado ao mencionar as suas qualidades para assumir a vice-prefeitura.

Maluf

Questionado sobre a não-apresentação de ataques contra o candidato do PP, Paulo Maluf, Serra disse que as investigações envolvendo o ex-prefeito ainda não estão concluídas.

"Porque está nas mãos da Justiça [não faço acusações]. Não tem conclusão ainda. Se falar no horário gratuito, dá direito de resposta", disse.

Educação

Serra criticou a forma como a prefeita Marta Suplicy aplica os recursos para a educação. "O CEU [Centro Educacional Unificado] tem 5% dos alunos e consome 40% do custeio. Os demais [alunos] têm 60% do custeio."

Dívida pública

Serra criticou os gastos da atual prefeita, Marta Suplicy (PT), feitos às vésperas da eleição. "Agora [ela] faz obra porque está endividando mais [a cidade] e não porque tem mais dinheiro."

Ele afirmou que o problema da dívida de São Paulo não é o seu estoque, mas sim o déficit corrente. "Outro problema é do déficit corrente, os gastos além das receitas, que estão caminhando para R$ 1 bilhão em 2004."

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