"Deixamos muita coisa pros homens e pesou pra eles", diz Celina Marrone, 73, do Movimento Voto Consciente. "Qualquer semelhança com a dupla Bruno & Marrone é coincidência [risos]."
Ela e mais oito pessoas estão na reunião sobre o mensalão convocada anteontem à tarde nos Jardins pelo grupo Ação pela Cidadania. Ele foi formado no ano passado por amigas que acham que devem participar mais da vida pública brasileira para combater a corrupção.
A psicanalista Maria Cecília Parasmo, 63, coordenadora do grupo, escreve na lousa: "O que fazer caso a verba seja recuperada?".
Eliana Peixe, de uma incubadora social, pede a palavra. "Tiramos um presidente [Collor] que hoje penso: Será que ele cometeu alguma coisa?" Cecília emenda: "[Collor] Foi fichinha perto do que aconteceu agora".
Cecília pega o celular e avisa: "Vou ligar agora pro ministro do STF Rui Barbosa". Na verdade, ela queria falar com Joaquim Barbosa, relator do mensalão. Queria pedir audiência em Brasília para o grupo.
Um assessor de Barbosa atende. Naquele momento, o STF julgava as cotas raciais. Cecília coloca no viva voz. "A mídia está aqui." Nada feito. Ela liga para Carlos Ayres Britto. A secretária diz que ele está em sessão. "Não dá pra interromper?"
Elas planejam ir a Brasília. A advogada Raquel Alessandri, 67, da União Democrática Nacional, nunca votou nos acusados do mensalão. "Mas ouvia o Zé Dirceu quando era jovem. Era outro. Tinha até outra cara, né?".
Alessandri diz que chegou a se enganar a respeito de países comunistas. " A gente ouvia tantas coisas. Aí vi que a Rússia que falavam não era aquela Rússia, que Cuba não era aquela Cuba.
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