Páginas

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Mística em alta no reino: crescei-vos e multiplicai-vos!


Por TIAGO OLIVEIRAno blog Lado B



balos e mais abalos escandalosos continuam a estremecer as estruturas do reino do califa D’Albhertur Misha, a bem da verdade, a única movimentação que dá a entender que exista alguma ação de governo acontecendo por lá. De resto, no que interessa mesmo à plebe e à vassalagem, está tudo parado. Na ausência de outros informes, vamos nos concentrar nesses.
Maior movimentação acontece no harém, onde se encena um verdadeiro capítulo final de novela: cheio de reconciliações, enlaces novos, esposas grávidas e nascimento de bebês. É tanto choro de criança que o incômodo ganhou a vizinhança. Uma das princesas do harém, dotada de reconhecida e enaltecida beleza e de juventude na mesma proporção, até por esta última qualidade, chora junto e mais alto que o rebento. Foi transferida para os aposentos improvisados do Palacete de Mourmon.
O fato só não figura nos proclames reais e não cai na garganta dos arautos do reino porque impera uma medida protetiva das mais eficientes desde que o mundo é mundo: a do cala a boca! Mas nas “Bocas de Matilde” e nos corredores palacianos, os escândalos do califa D’Albhertur Misha viraram um deleite só. E as informações são tão precisas que dispensam atestados oficiais de reprodução certificada. Foi exatamente o que aconteceu quando o califa recusou os préstimos do mago do entretenimento, especializado em adivinhações de paternidade. Rapaaaaazzzz, essa é uma mágoa guardada a sete chaves!
Operação fuga pela tangente entra em vigor
Outra preocupação no reino diz respeito à repartição oficial dos tesouros de Misha, já que a operação “Fecha a Bragueta” e a sua sucessora “Fecha a Bragueta, Pelo Amor de Deus” foram sumariamente ignoradas pelo soberano. À medida em que a prole e o harém só aumentam e os sonhos sucessórios parecem minguar cada dia mais, vai batendo um desespero tão grande no califa que só tem uma coisa que poderá salvá-lo: as provas de velocidade entre os puro-sangue que acontecem lá do outro lado do planeta. Novamente como em final de novela, rico sempre dá um jeito de curar as feridas e de se esconder dos escândalos e da falação no exterior. E sempre mal acompanhado dos puxa-sacos de plantão, que a qualquer momento deixam de carregar o tapete mágico para arrancá-lo dos pés do califa, ao sabor das conveniências.
Ah, ia esquecendo de mais um babado forte nos corredores palacianos: a segunda esposa oficial, aquela princesa herdeira dos mercadores de tecidos, sedas e joias, segundo consta, também anda reclusa e estaria se privando de aparições públicas em virtude de seu estado físico e emocional. Ninguém pode negar, portanto, que os instintos animais do califa não rendam frutos, uma vez que a prosperidade que tanto falta nas ações para o bem da comunidade, sobre nesse empenho pessoal e descontrolado pela elevação da densidade demográfica no reino. Ninguém igualmente pode se queixar de que Misha não pense no futuro e não corra atrás de garantir apoiadores, nem que para tanto seja preciso fabricá-los à sua maneira. Convertido recentemente, o califa segue à risca os ensinamentos místicos: “crescei-vos e multiplicai-vos”! Fez sombra, ele não perdoa.
Árabes perderam vantagem para o campeão do Oeste selvagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário