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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Número 2 da AGU é alvo da operação Porto Seguro da PF


Policiais apreenderam 18 malotes de documentos em 6 estatais para investigar compra de laudos técnicos


Gazeta do Povo



O advogado geral da União adjunto, José Weber Holanda, braço direito do advogado geral da União,Luís Inácio Adams, é um dos alvos da operação  Porto Seguro da Polícia Federal, deflagrada nesta sexta-feira (23) em Brasília e São Paulo. Agentes da PF apreenderam documentos do gabinete do número dois da AGU, que fica localizado no mesmo andar da sala de Adams. Holanda já prestou, inclusive, depoimento à PF.
Desde o início da manhã, Adams está reunido com sua equipe para avaliar o impacto da operação na pasta. A AGU ainda não se pronunciou sobre o caso.

A operação da PF, coordenada pela Superintendência de São Paulo, realizou buscas e apreensões em empresas estatais em Brasília, entre elas, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Águas (ANA) e os Correios. O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa infiltrada em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos em benefício de interesses privados.
Ao todo, a Polícia Federal apreendeu 18 malotes de documentos em seis órgãos públicos que foram alvo das diligências da Operação Porto Seguro. Entre os órgãos devassados estão a Agência Nacional de Águas (ANA), onde atua desde 2010 o diretor Paulo Rodrigues Vieira, indicado para integrar o colegiado do órgão pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Apontado como cabeça do esquema de compra de pareceres técnicos sobre negócios milionários no governo, Vieira foi recolhido à carceragem da PF após prestar depoimento por mais de duas horas.
O diretor foi preso em sua residência pouco depois das 6 horas da manhã desta sexta-feira e não ofereceu resistência. A defesa informou que pediu acesso aos autos para poder se posicionar. Os demais órgãos públicos que sofreram buscas foram o Ministério da Educação, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Advocacia-Geral da União (AGU) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), embora investigada, não foi alvo de buscas, conforme havia sido informado inicialmente por fontes policiais.
Em Brasília, onde a PF cumpriu três mandados de prisão e duas conduções coercitivas, foram feitas buscas em 18 endereços. Foram aprendidos discos rígidos de computador, mídias digitais e documentos, que passarão por análise técnica. Foram apreendidos também dois veículos, entre os quais um Land Rover.
As equipes empregaram cerca de cem homens em 30 viaturas. Os policiais encontraram colaboração em todos os órgãos públicos e endereços e não houve confrontos, segundo informou o delegado José Galdino, responsável pelas diligências em Brasília. Os envolvidos no esquema são acusados de corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, falsidade documental e tráfico de influência.

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