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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Paraná: 45% de todas as notificações de crimes feitas por hospitais são referentes a casos de violência contra crianças e adolescentes


Pequeno Príncipe registra 273 notificações de agressão contra crianças no ano


No estado, 45% de todas as notificações de crimes feitas por hospitais são referentes a casos de violência contra crianças e adolescentes, segundo a Secretaria Estadual de Saúde


na Gazeta do Povo


A violência contra crianças e adolescentes foi notificada 273 vezes pelo Hospital Pequeno Príncipe neste ano. Nos últimos quatro anos, o local especializado no atendimento de crianças registrou alta nesse tipo de ocorrência. Entre 2009 e 2011, os números subiram de 277 casos para 374 – o que representa aumento de 35,01%.
No estado, os dados disponíveis são referentes à soma de 2010 e 2011. Nesse período, 3.949 casos foram registrados no Paraná, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). O número representa 45% de todas as notificações que os postos e unidades de saúde paranaenses fizeram às autoridades policiais como denúncia da prática de crimes. No ano, 8.775 crimes, de todas as naturezas, foram notificados no estado.
Como denunciar
Para denunciar crimes contra crianças e adolescentes, o telefone é o 181. O anonimato é garantido e as denúncias são registradas e investigadas pela polícia. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone.
Sintomas da agressão
De modo geral, três maneiras de violência são detectadas. Elas estão relacionadas com a negligência – descuido, com relação a saúde, escolarização e tudo que implica um bom desenvolvimento da criança –; maus-tratos; e abuso sexual – este último o de maior incidências, conforme a psicóloga.
Alguns sintomas fornecem pistas de que a criança está passando por algum problema relacionado a um dos tipos de agressão:
- Alteração de humor 
- Mudança de comportamento 
- Maior agressividades 
- Alteração alimentar 
- Mudança de comportamento na escola 
- Diminuição no rendimento 
- Alteração de sono
Observação: cada caso de violência causa sintomas de uma maneira específica e depende de uma série de circunstâncias. Estes sintomas, segundo Marianne, servem apenas como exemplos de comportamentos que devem ser analisados como alerta.
Casos de violência
Mais um caso de violência contra crianças foi registrado em Curitiba. Na noite desta terça-feira (20), no bairro Ganchinho, na capital, um bebê de 1 ano e 7 meses foi agredido com socos por um homem. Conforme informações do Corpo de Bombeiros, o chamado ocorreu depois de uma confusão entre uma mulher que seria a mãe da criança e o homem. Ele teria dado um soco na mulher e acertado o bebê, que precisou ser levado ao Hospital do Trabalhador pelos Bombeiros. Ele foi liberado nesta manhã para ir para casa, segundo a Sesa, e passa bem.
No último sábado (17), um bebê recém-nascido foi morto também com socos no bairro Pinheirinho. Um homem teria desconfiado de que não era pai da menina, de apenas seis dias, o que motivou o ato de violência. Os vizinhos chegaram a socorrer a criança, mas ela morreu a caminho do hospital.
Casos mais comuns
A psicóloga Marianne Bonilha, do Hospital Pequeno Príncipe, relata que a maior parte dos casos de violência contra crianças acontecem no ambiente doméstico. “Isso revela um movimento geral na sociedade da criação de um ambiente de falta de limites. No caso da violência contra a criança, o limite se perde justamente em uma fase do desenvolvimento em que há a formação nesse sentido”, analisa.
Sobre o aspecto da violência praticada por pessoas próximas, Marianne alerta que quanto maior a intimidade do agressor, piores são os traumas psicológicos para as vítimas. “No período em que as crianças ficam internadas, é essencial que haja atendimento à criança e à família para tratar os efeitos da agressão em sua nuance mais ampla”, explica.

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