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sábado, 4 de maio de 2013

Elite - Modus Operandi: a "doação compulsória" da turma da calçada de granito

Olha só. Recebi um convite interessante:



"É com grande satisfação que o Grupo Soifer, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), convidam vossa senhoria para a Cerimônia de Entrega de Equipamentos para o Projeto de Monitoramento Fetal das Gestantes - que faz parte do Programa Mãe Curitibana - doados à Prefeitura Municipal de Curitiba. Essa cerimônia contará com a presença o Secretário Municipal de Saúde, Adriano Massuda, agentes de saúde envolvidos do projeto, classe médica, além de demais autoridades e convidados".

Contamos com vossa
honrosa presença.
Cordialmente,

SALOMÃO SOIFER
Presidente do Grupo Soifer
Av. Batel 1750 - sala 106 - Curitiba - Parana - Brasil


Fiquei interessado, não se vê tamanha benesse todos os dias né? Fui atrás de mais detalhes.

A "doação", na verdade é uma obrigação.

O Grupo Soifer, para construir o imprescindível (só que não) Shopping Pátio Batel (que causou a destruição do Bosque dos Gomm) pediu (e conseguiu) vultuoso empréstimo do BNDES.

BNDES é a sigla do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social.

Algumas vezes (e isto parece estar sendo frequente) o "S" - de social - se transforma em "S" de "Society" ( ou "Soçait", como preferem as frequentadoras das clínicas de estética da região do Batel).

Ocorre que uma das cláusulas para consecução do empréstimo obriga ao tomador (Grupo Soiffer) proceder a uma contrapartida social em valor percentual calculado sobre o total do dinheiro arrecadado - ops!, digo, emprestado.

Assim se fez.

O Grupo Soiffer, que - sabidamente - sempre teve severas dificuldades (só que ao contrário) para conseguir tocar seus negócios junto a Prefeitura de Curitiba, ofereceu como contrapartida social, a doação dos tais equipamentos de monitoramento fetal.

Coisa fina. Não tem similar no Brasil. Aqui vai ser o campo de provas. A empresa que importa os equipamentos deve estar muito feliz... Afinal, Curitiba é uma baita vitrine né? 

Só não consegui descobrir o valor unitário de cada equipamento... Coisa básica para a gente descobrir se a doação está dentro dos parâmetros exigidos diante dos  valores do empréstimo "Society".

A "doação" (compulsória) foi aceita pela gestão Beto/Ducci.

A mesma gestão que concedeu o alvará para um mega-empreendimento, construído mediante a destruição de uma área verde histórica, em um bairro com sistema viário saturado.

A mesma gestão que passou o trator sobre a Praça do Batel para resolver o gargalo do trânsito no local (e que continua caótico mesmo com a praça partida em dois).

A mesma gestão que procedeu a "revitalização" da Avenida Batel e aprovou a tal da calçada de granito e os bancos de madeira maciça com custo exorbitante.

Em tempo: A cidade de Curitiba está até hoje esperando a construção da passarela para pedestres prometida quando da construção do Shopping Muller. 

Curitiba ainda é uma cidade de/para poucos...

Vamos todos a "Farofada no Granito"!!!

Casa Gomm construída em 1906, em estilo arquitetônico da Nova Inglaterra (EUA). Também serviu de sede para o consulado da Inglaterra, em Curitiba. Atualmente restaurada, foi e re-inaugurada em junho de 2004 como o Espaço Pedagógico-Cultural Casa Gomm-Embap. 
A casa foi relocada da sua antiga posição próxima da Avenida do Batel, para a entrada pela Rua Bruno Filgueira.


O Bosque Maria Luísa Gomm localiza-se numa área privada, no centro do bairro do Batel. A área foi inicialmente adquirida pela família Gomm em 1906, onde se construiu uma casa de pinho de araucária para moradia da família. O Bosque ainda mantém preservado uma área de mata atlântica nativa. A casa, restaurada, tornou-se o Espaço Pedagógico-Cultural Casa Gomm-Embap, onde funciona parte da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.

Mata atlântica nativa com araucárias no Bosque Gomm.


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