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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Entidades denunciam tentativa de legalização de sementes suicidas

Movimentos sociais alertam que liberação das sementes Terminator colocará os agricultores nas mãos das empresas

no Brasil de Fato

Movimentos e organizações sociais alertam para os riscos que a aprovação de dois projetos de lei, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados, representam para a soberania alimentar e à biodiversidade agrícola. O PL 5575/2009, de autoria de Cândido Vaccarezza (PT-SP), e o PL 268/2007, do deputado Eduardo Sciarra (PSD-PR), visam legalizar o uso de Tecnologias Genéticas de Restrição de Uso (sigla GURT, em inglês), denominadas Terminator.
Também chamadas de sementes suicidas, não podem ser guardadas para a safra seguinte porque não germinam quando plantadas. Dessa forma, a legalização das sementes Terminator colocará os agricultores nas mãos das empresas, uma vez que eles não poderão reproduzir suas próprias sementes.
O PL 5575/2009 está paralisado. Já o PL 268/2007 deve voltar à pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima quarta-feira (16). O projeto tem parecer favorável do relator e dois votos em separado contrários, dos deputados Chico Alencar (PSOL/RJ) e Alessandro Molon (PT/RJ). No entanto, caso seja aprovado pela CCJ, seguirá para o plenário da Câmara e depois para o Senado.
Os movimentos e organizações sociais denunciam que a legalização das sementes Terminator viola a moratória internacional estabelecida pela Convenção da Diversidade Biológica (CDB) em 2000, que proibe sua experimentação e comercialização.
Para tentar barrar a legalização das sementes suicidas, os movimentos e organizações sociais vão solicitar ao governo federal que atue em sua base política pela retirada da pauta do PL da CCJ, enquanto não harmonizar internamente a opinião sobre o mesmo. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) têm opiniões contrárias ao mérito do projeto, enquanto a Embrapa, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) o apoiam.

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