na Agência Câmara
A obstrução à MP do Mais Médicos (621/13), liderada por DEM e PSD, já ultrapassa duas horas no Plenário da Câmara. Os partidos apresentaram diversos requerimentos para adiar a votação do projeto. PSDB, Pros, Solidariedade e outras legendas também aderiram à manobra.
O deputado Eleuses Paiva (PSD-SP), um dos líderes da obstrução, ressaltou que a saúde pública brasileira só vai melhorar se houver mais recursos. Ele defende a proposta de destinação de 10% do PIB para a saúde.
Paiva criticou a MP do Mais Médicos por, segundo ele, retirar das sociedades de especialidade a possibilidade de emitir diplomas de especialista. "São instituições com seis décadas de existência, que estão sendo desconstruídas", disse.
O relator da proposta, deputado Rogério Carvalho (PT-SE), rebateu as críticas e disse que o texto aprovado na comissão mantém as prerrogativas das sociedades de especialistas.
O deputado Mandetta (DEM-MS) destacou que não adianta haver mais médicos sem estrutura. "Cada médico pede cerca de três exames que não podem ser feitos por falta de estrutura", criticou.
Demarcações
Além de deputados contrários à MP, o Plenário enfrenta o descontentamento de parlamentares ligados ao agronegócio, que se aliaram para obstruir a MP a fim de pressionar pela instalaçãoda comissão especial da PEC 215/00, que submete ao Congresso as demarcações de terras indígenas estabelecidas pelo Executivo.
"A independência do Congresso Nacional tem de prevalecer", cobrou o deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA). O deputado Abelardo Lupion (DEM-PR) disse que os deputados estão sendo "avacalhados" e "humilhados" com o adiamento da instalação da comissão. "Chegamos à posição de ter de obstruir para sermos ouvidos", afirmou.
O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (GO), ressaltou que vários deputados do seu partido estão insatisfeitos. "Essa Casa recebe todas as demandas da sociedade e precisamos debater os temas."
Nenhum comentário:
Postar um comentário