Bebeto Bronzeado é um boneco de ventríloquo.
A moçada mais nova - do tablet, smarphone e videogame - não deve saber do que se trata...
Vou tentar demonstrar:
Oha a foto aí:
O dono do boneco emite a fala, mas usa alguns artifícios de modo a iludir a platéia e levá-la a pensar que quem está falando é o boneco.
A principal técnica que os ventríloquos usam é movimentar a boca do boneco em sincronia com a própria voz que tem que ser emitida sem mexer os lábios.
Como a boca do ventríloquo está parada e a do boneco em movimento a tendência do nosso cérebro é associar a fala ao boneco. A prática da ventriloquia começou em torno de 300 a.C na Grécia antiga. Na Idade Média a técnica foi considerada bruxaria. Apenas no século XIX se transformou no formato atual, com bonecos divertindo a platéia e assustando crianças com histórias e piadas.(1)
A excelência do ventriloquismo é uma arte ao alcance de poucos. Há que ser um bom ventríloquo, encontrar o tom certo, as palavras adequadas e o boneco apropriado. Depois, treinar, praticar com o boneco, fazê-lo abrir e fechar a boca ao ritmo da vontade do dono; pô-lo a mexer os bracinhos, atribuir-lhe expressões faciais, pô-lo a fingir-se aborrecido, indignado, feliz ou satisfeito, consoante a ocasião e a determinação do dono.(2)
Temos algumas questões a ser analisadas:
Às vezes acontece que a suposta piada do boneco que supostamente está falando não tem graça nenhuma, e acaba por deixar irritada a platéia que supostamente deveria estar se divertindo...
Para ilustrar este tópico, vou transcrever aqui um esquete (supostamente hilário) que foi encenado recentemente em Maringá com a participação do Bebeto Bronzeado:
Repórter:
"Sr. Bebeto Bronzeado explica aí pra gente esta coisa de inaugurar ala nova de um hospital sem que esteja funcionando, pois tem falta de funcionários!"
Bebeto Bronzeado:
"Melhor perguntar prá outra pessoa, porque eu não trabalho aqui..."
Contra-regra: Desce pano rápido.
Outra questão: Alguns bonecos, de uma hora para outra, decidem ter vida própria e saem por aí falando abobrinhas, muitas vezes fora do esquete combinado, ou, por outra, "sem estar ao ritmo da vontade do dono".
Vou dar dois exemplos:
Esquete I
Encenado no calçadão da praia do Leblon no RJ.
Reporter:
"Senador Carioca de Minas (é o nome do boneco), explica aí prá gente, o caso do 'helipótero' de seus correligionários apreendido com meia tonelada de cocaína!"
Senador Carioca de Minas:
"A Polícia Federal tem que sair do caso!!!"
Platéia: Risos de canto de boca...
Esquete II
Encenado durante entrevista onde se tentava justificar o injustificável aumento do pedágio na véspera das festas de final do ano e das férias de verão.
Repórter:
"Bebeto Bronzeado explica aí pra gente esta coisa de aumentar DE NOVO o pedágio nas estradas do Paraná!"
Bebeto Bronzeado (falando de improviso):
"O que importa não é o valor do pedágio, mas a contrapartida dada pelas concessionárias em favor da sociedade paranaense com a realização de obras que beneficiem a nossa economia e favoreçam o escoamento da nossa produção!"
Repórter:
"Bebeto Bronzeado mostra aí pra gente UM SÓ EXEMPLO de obra que tenha sido realizada pelas concessionárias durante estes últimos anos em sua gestão!"
Bebeto Bronzeado (falando com cara de sério):
"Os QUATORZE quilômetros de duplicação da BR 277 entre Medianeira e Matelândia"...
Dono do boneco Ops! digo, representante das concessionárias (tentando consertar a piada sem graça):
"Não é nada disso! O reajuste é apenas para reposição da inflação do período. Se tiver que fazer novas obras, isto vai provocar aumentos ainda maiores na tarifa!"
Platéia: Choro e ranger de dentes...
Em tempo: A temporada de chanchadas está só começando...
Nenhum comentário:
Postar um comentário