O chororô infantilizado do curitiboca padrão
por Luis Skora no Polaco Doido
Se tivesse 0,01% do talento de um Euclides da Cunha, ousaria limitar esta postagem a uma única frase:
O curitiboca é, antes de tudo, um bosta.
Mas, como não fui agraciado com a genialidade dos mestres das letras tupiniquins, resta apenas ater-me aos fatos. Quem sabe, com muito esforço, consigo esconder por mais algum tempo a realidade de que este Polaco metido a escrevedor é nada mais que uma fraude, tão irrelevante quanto os dejetos fecais da mosca do cocô do cavalo do bandido [é, o ataque de ontem, das felicianettes contra este espaço insalubre, me deixou bastante chateado. Aguente].
Vamos aos fatos:
Tenho certeza que o leitor ainda lembra-se do descontentamento generalizado da população curitibana contra os gestores municipais nos dois primeiros anos desta década. Nem seria para menos, desde que o grupo Richa/Taniguchi assumiu o comando em 1997, o que antes era considerado modelo degringolou. A qualidade dos serviços públicos de transporte, saúde e educação foram ficando cada vez piores. A cidade virou um verdadeiro balcão de negócios suspeitos com suas hiper-obras eleitoreiras e a administração publica municipal só conseguia sobreviver graças as milionárias campanhas publicitárias que transformaram Curitiba na capital da propaganda enganosa. Não foi por outro motivo que o sucessor da dinastia Richa/Taniguchi, Luciano Ducci, nem chegou a disputar o segundo turno no ano passado. Também, não é nenhuma surpresa o atual estado de calamidade em que se encontra o Paraná. Richa e seu super secretário Taniguchi, fazem com o estado o mesmo que fizeram com a capital, secam os cofres públicos e nos dão em troca os relevantes serviços das mais caras agências de publicidade.
Felizmente, em Curitiba este ciclo vergonhoso de desmonte da cidade teve fim. Por falta de uma opção melhor, o eleitorado da capital escolheu Gustavo Fruet para assumir as rédeas da condução municipal. Ninguém esperava que seria uma tarefa fácil. Afinal, não se eliminam tantos vícios adquiridos ao longo de 15 anos com apenas poucos meses da nova gestão. Fruet, por não possuir uma equipe com experiência no executivo, teve que se aliar aos antigos lernistas para, ao menos, manter a cidade funcionando.
Assim, com seus passos de tartaruga, a gestão Fruet vem tentando mostrar serviço. É pouco a gente esperava muito mais, mas em compensação, em apenas 11 meses, já foram diagnosticados muitos mais problemas do que nos 15 anos de Taniguchi /Richa/Ducci, principalmente no que se refere ao transporte público. E Fruet ainda tem mais de três anos para tentar colocar novamente a cidade nos eixos.
Apesar da verdade dos fatos, existe uma grande nuvem cinza de descontentamento pairando sob os céus de Curitiba, uma nuvem de descontentamento talvez até maior que aquela que marcou os últimos meses da gestão Ducci.
Esse descontentamento deve-se muito mais pela forma com que se desenrolou a última campanha eleitoral do que pelas ações a passo de tartaruga do nosso prefeito da vez.
Os atores políticos da cidade de todos os escalões, desde o cabo eleitoral, comentarista de boteco, passando pelos “líderes” comunitários, radialistas e “formadores de opinião” estavam confortavelmente acostumados com as políticas do toma-lá-dá-cá, da troca de favores, do apoio político/eleitoral a troco de cargos em comissão e favorecimentos. Fruet, não sei se por convicção ou necessidade, deu uma freada nesse costume vergonhoso e muito comum nas administrações de seus antecessores.
Assim, o chororô dos derrotados nas urnas em 2012 é engrossado pelo coro dos excluídos das tetas municipais e todo santo dia, nós, meros absorvedores da informação, somos bombardeados por críticas ao executivo municipal, cada vez mais absurdas. Tantas críticas infundadas que elas perdem seu efeito, passando despercebidas pelas páginas e redes da vida.
Agora, a bola da vez é o cancelamento da Galeria de Luz no natal curitibano. Essa Galeria de Luz é nada mais que aquela milionária decoração natalina num trecho do calçadão da Rua XV, que as vezes vinha acompanhada de alguma apresentação teatral de gosto duvidoso e que encarecia ainda mais os “enfeitamentos” natalinos da cidade.
A justificativa da prefeitura para o cancelamento é muito mais do que coerente:
A tal “decoração” não está prevista no orçamento municipal e a cidade não pode gastar aquilo que não está previsto no orçamento e, não custa lembrar, quem determinou o orçamento deste ano, foram o prefeito e vereadores em exercício no ano passado.
Além disso, em 2011 quem financiou a farra foi a COPEL, através da Lei Rouanet. Em 2012 foi o governo estadual quem torrou R$ 3 milhões com a brincadeira e agora, com os cofres do estado vazios e sem um aliado no comando da prefeitura, o governador disse não aos gastos supérfluos do estado e cancelou a festa dos cidadãos da capital paranaense.
Mas, como eu já escrevi lá no inicio do texto,
O curitiboca é, antes de tudo, um bosta.
Independente das explicações e justificativas, uma horda de curitibocas descontentes, tentam encher nossa cabeça com abobrinhas, completamente indignados porque a cidade terá umas luzezinhas a menos nas decorações natalinas deste ano.
Ora. Façam-me um favor. Vão chupar um caminhão de parafusos até virar um caminhão de prego. A cidade de Curitiba tem problemas muito mais urgentes do que uma simples decoração natalina só para inglês ver.
Lembrem-se da multidão de mais de quatro mil sem-teto na cidade, enquanto a capacidade da FAS não tem condições de atender nem 10% disso. Lembrem-se do caos no transporte público, na saúde. Estes R$ 3 milhões serão muito melhores investidos nestas áreas, não é?
E no mais.
Os shoppings da capital investiram muito mais que R$ 3 milhões nas decorações de suas pracinhas. Quer ver reninha, arvorezinha, nevezinha e luzinha vai no shopping, porra!
Passa na praça de alimentação, pega teu big-mac com fritas e coca-cola, vai amenizar teu recalque sentado no colo do Papai-Noel e pare de encher o saco.
Saco!
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