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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Promoção de Saúde - a negação da negação

Por Adriana Santos no Blog Comunicação e Saúde

Confira a entrevista com Fernando Lefevre, um dos autores do livro Promoção de Saúde - a negação da negação.



1- Por que "Promoção de Saúde - a negação da negação"?
 
Resposta: Porque, dentro de uma visão dialética, considero que, da perspectiva conservadora e formal, a doença é entendida como negação primária do equilíbrio e a saúde o restabelecimento do equilíbrio via intervenção medicamentosa, cirúrgica e outras até que a doença reapareça e seja de novo objeto deste tipo de intervenção. Isto cria um círculo vicioso que não faz a saúde avançar. Se queremos que ela avance com a Promoção de Saúde, devemos negar esta negação inicial, em busca da causas básicas do adoecimento. Atacando estas causas básicas avançaremos na saúde.

2- Qual a principal diferença entre Promoção de Saúde e Prevenção de Doenças?
 
A prevenção apenas coloca uma barreira entre a doença e os doentes e não ataca as causas básicas do adoecimento

3- É possível um mundo sem doenças e com menos doentes?
 
É um horizonte que dá um direcionamento para a ação e reflexão no campo da saúde coletiva

4- A Promoção de Saúde é um dever do Estado?
 
Não apenas do Estado mas também de toda a sociedade

5- Quais as políticas de Promoção de Saúde que merecem destaque no Brasil?
Na verdade, da perspectiva da Promoção como Negação da Negação não há políticas de promoção que mereçam destaque. Talvez as medidas legais de proibição do fumo em quase todos os locais públicos seja uma boa política de Promoção de Saúde

6- Podemos dizer que o modelo do Sistema Único de Saúde (SUS) é um
projeto que beneficia a Promoção de Saúde?

Não, trata-se de um modelo assistencialista

7- Como promover Promoção de Saúde em um país com dimensões
continentais e visíveis desigualdades sociais?

Atacando as mais que diversas manifestações nefastas da sociedade de consumo. Dentre os pontos importantes a serem atacados destaco o combate à industria de alimentos e as nefastas propagandas de junk food junto às crianças. Outro aspecto importante é o ataque ao exagerado consumo de medicamentos para resolver problemas  cuja solução é social ou psicológica

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