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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Vergonha da "catiguria"

A reação da corporação médica contra a vinda de colegas médicos  de outros países para trabalhar no país é até compreensível.

Coisa de menino que vê outra tribo invadir a sua rua.

O menino fica injuriado. Não importa se ele passa os seus dias na frente do videogame e se recusa a brincar na rua.

Afinal, brincar na rua é coisa de pobre né?

Agora, o que tem me deixado envergonhado, é o "nível" da argumentação, a falta de qualidade das declarações, a desfaçatez dos nossos PhDeuses tupiniquins.

Os dirigentes das entidades médicas - 'profissionais' remunerados em cargos cativos/vitalícios da representação corporativa - transitaram de forma despudorada pela xenofobia, passaram pelo preconceito racial e profissional e - agora - estão posando de defensores dos direitos humanos e trabalhistas.

Gostaria de ter visto as entidades exercitando este ímpeto legalista-trabalhista diante dos médicos que recebem salários por 40 horas entregam menos de 20 horas efetivamente trabalhadas ao mesmo tempo em que submetem-se a sub-empregos em consultórios e clínicas particulares e de convênios.

Queria ter visto este empenho diante da Máfia dos Transplantes de Poços de Caldas.

Queria ter visto esta fúria legalista diante do acúmulo de funções e condições adversas de trabalho da plantonista no Hospital Santa Lúcia que levou a morte do menino Marcelo Dino em Brasília.

Queria ter assistido posicionamento firme da classe repudiando a máfia dos "dedos de silicone" em São Paulo.

Algum tempo atrás, o secretário de saúde de Curitiba constatou pessoalmente que OITO dos DEZ médicos que deveriam estar atendendo em uma das UPA's de Curitiba não estava presente no plantão (embora os pontos estivessem registrados).

Abandonaram atendimento em uma unidade de urgência. Receberam dinheiro público para prestar serviço a população e - criminosamente - evadiram-se de sua posição de trabalho.

O secretário demitiu a turma toda por justa causa.

As demissões estão sendo questionadas na justiça pelo Sindicato dos Médicos...

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