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domingo, 23 de março de 2014

Após restrição de lei, aumento de "autoaborto" no Texas traz riscos a mulheres

Em outubro, estado aprovou legislação que endureceu aborto; desde então, muitas mulheres arriscam saúde por vias alternativas
Em vigor desde outubro de 2013, a legislação que restringe o aborto no Texas resultou no fechamento de diversas clínicas especializadas, elevando o número de tentativas caseiras de “autoaborto”, baseada em rumores populares e sem tratamento médico adequado. Tal prática traz sérios riscos para a saúde da mulher, como graves hemorragias.
Atualmente, estima-se que apenas 24 clínicas ofereçam o serviço nesse estado norte-americano, quase a metade do que o registrado em 2011. Assim, muitas mulheres optam pelo uso do Misoprostol, remédio para úlcera que tem como efeito secundário a indução do aborto.
"O Misoprostol é vendido sem receita em alguns mercadinhos do Texas e do México", explicou o médico Lester Minto, de uma clínica que fechou na região, à Efe. “Também há mulheres texanas que recorrem a ervas, substâncias tóxicas e até golpes na barriga”, completa.
Efe

Wendy Davis no ano passado: período que passou em pé para defender o direito das mulheres do Texas de escolherem fazer um aborto
Em julho de 2013, a senadora democrata do Texas Wendy Davis passou 11 horas em pé, sem ir ao banheiro ou beber água, para tentar evitar a votação do projeto de lei que impediria o aborto após 20 semanas de gestação. O máximo que ela conseguiu, contudo, foi adiar a sessão. “É muito lamentável e triste que a saúde e a segurança das pessoas estejam em risco por propósitos políticos”, afirmou a senadora na época, em entrevista à ABC News.
Para o especialista Dan Grossman, a situação do Texas é ainda mais delicada. “No sul do estado se somam à norma um dos níveis de pobreza mais elevados do país, a popularidade das técnicas de aborto induzido entre a população latina, a proximidade com o México para contrabandear medicamentos e uma notável porcentagem de mulheres sem documentos”, diz à agência.

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