via SindSaude
A adesão à greve dos servidores da Saúde não para de crescer. A estimativa do SindSaúde é de que pelo menos 65% dos 4,5 mil trabalhadores que atuam nos hospitais públicos estão de braços cruzados neste terceiro dia de paralisação.
Em sua página na internet, a Secretaria de Saúde (Sesa) afirmou, dia 18, no primeiro dia da greve, que apenas 308 servidores teriam faltado ao serviço. Essa notícia não condiz com o que vem ocorrendo nos locais e muito menos com as ações que a Secretaria vem tomando.
Em Curitiba, a Secretaria da Saúde está chamando o pessoal contratado da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) para irem trabalhar no Hospital do Trabalhador. A promessa é que receberiam horas extras em dobro.
Já em Paranaguá, o Ministério Público esteve no Hospital Regional do Litoral (HRL), nesta quarta-feira (20) para fiscalizar se o SindSaúde está cumprindo com a exigência de manter 30% do atendimento. Esta, aliás, foi a segunda intervenção do MP, que já esteve também nos hospitais de Londrina no primeiro dia do movimento para fazer vistoria. "O fato de o MP estar indo nos locais é uma prova de que o tamanho do movimento está amedrontando o poder público. Mas não há com que se preocupar porque nós estamos atentos para garantir os 30%", afirma a dirigente do SindSaúde Elaine Rodella.
No Litoral, inclusive, desde quarta-feira os hospitais da Região pararam de encaminhar pacientes para o HRL por causa da greve. Outro indício de que a adesão da categoria é grande acontece em Londrina. A paralisação dos servidores do Hospital Zona Norte (HZN) e do Hospital Zona Sul (HZS) já resultou em superlotação no Hospital Universitário e no Pronto Atendimento Municipal.
As chefias também estão agindo no sentido de amedrontar os funcionários. No Litoral, os grevistas foram impedidos de entrar no hospital; em Maringá, os chefes tentaram convencer os funcionários que a greve era ilegal; e em Londrina, a polícia foi acionada para interceder junto aos manifestantes, sob alegação de que eles estavam fazendo muito barulho nas ruas. Ao chegar ao local, no entanto, a própria polícia constatou que o barulho não estava perturbando os pacientes do hospital.
Mesmo sob pressão, os servidores realizaram manifestações em todo o Estado, com passeatas em todas as cidades que possuem hospitais do Estado. A maior delas aconteceu em Curitiba, com saída em frente ao Hospital do Trabalhador e participação de centenas de manifestantes.
Dando o sangue - Além de dar o sangue trabalhando para a Secretaria, em Londrina, nesta sexta-feira, os servidores vão começar o quarto dia de greve com o ato de doar sangue. Funcionários do HZN, HZS e da 17ª Regional já se organizaram para, no período da manhã, irem ao Hemocentro doar sangue.
O porquê da greve - Desde janeiro de 2011, quando o governador Beto Richa tomou posse, as reivindicações da categoria vêm sendo tema de reuniões entre o SindSaúde - PR e os secretários da saúde, administração, e demais membros do primeiro escalão do Palácio Iguaçu, exceto o governador.
Nesse tempo, pouco ou nada foi resolvido em relação aos 14 itens de pauta considerados essenciais pela categoria. Apesar das promessas de campanha, este governo não fez nada para acabar com jornadas superiores a 30 horas semanais ou pela implantação de um Plano de Carreira, por exemplo.
A pauta de reivindicações dos servidores da saúde possui 14 itens. O número um é a defesa da saúde pública. Para os trabalhadores, a aprovação do Projeto 726, que transfere a gestão da Secretaria de Saúde a uma fundação privada, fere a Constituição e é um golpe contra os direitos dos servidores públicos.
Seguem os 14 itens:
1. Contra a terceirização e privatização da saúde pública e dos serviços públicos.
2. Reajuste e incorporação da GAS
3. Reajuste da data-base mais aumento real
4. Aprovação e implementação do PCCV com 30 horas
5. Pagamento das promoções e progressões atrasadas
6. Defesa da Paraná Previdência e implantação da aposentadoria especial
7. Luta pelo reenquadramento
8. Revisão do cálculo da hora extra
9. Regras do estágio probatório
10. Ampliação do auxílio transporte
11. Alteração da lei do vale alimentação
12. Revisão do decreto que rege o pagamento de diárias
13. Aprovação e implementação do Projeto de lei sobre saúde do trabalhador
14. Realização de concurso público para ingresso no estado
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