Fala contundente da Secretária-Geral da OMS deu o tom aos demais pronunciamentos. Ministro Arthur Chioro destacou o acesso à saúde como direito à cidadania
na página da ABRASCO
Iniciada na tarde de segunda-feira, 19, em Genebra, a 67ª Assembleia Mundial de Saúde tem como pauta principal as relações entre a qualidade de vida dos povos e as condições climáticas do planeta. No entanto, a capacidade orçamentária e de investimento das nações em saúde e a garantia de modelos universais de cobertura foram os temas mais citados nos discursos das autoridades na sessão de abertura. A Abrasco, na figura de seu presidente, professor Luis Eugenio de Souza, e de seu conselheiro e ex-presidente, professor Luiz Augusto Facchini, compõe a delegação oficial do país. O encontro global acontece até o domingo.
Após a composição da mesa diretora e posse de Roberto Morales, ministro da saúde de Cuba, como presidente da cúpula, Margaret Chan, Secretária-Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), proferiu discurso no qual abordou o crescimento das epidemias e da obesidade atrelado ao ganho financeiro do mundo global. Para ela, cabe aos Estados uma especial atenção a esse quadro. “Será que o crescimento econômico será acompanhado do aumento dos orçamentos dos países para a área da Saúde? Os países colocarão as políticas públicas em prática para garantir a saúde dos mais necessitados? Se isso não acontecer, veremos um grande número de países ricos repletos de população pobre”.
Margaret destacou ainda que as nações não podem ser reféns e de tratados internacionais e dos interesses das indústrias que enriquecem seus cofres às custas das doenças crônicas não transmissíveis, em especial às causadas pelo tabaco e pelos alimentos ultraprocessados. “Em meu ponto de vista, há algo terrivelmente errado quando as corporações podem desafiar políticas públicas que defendem a população de produtos que matam”, conclamando às nações a fazerem da proteção à saúde uma estratégia de desenvolvimento mundial. “Uma saúde melhor é uma boa forma de alinhar o verdadeiro progresso global com a eliminação da pobreza, o crescimento inclusivo e a equidade”. Clique aqui e leia o discurso na íntegra.
Brasil, BRICs e Inovação: Representante-chefe da delegação brasileira, o ministro Arthur Chioro reforçou a importância de a saúde ser entendida como um direito à cidadania e um dever do Estado, assegurados por meio dos sistemas universais de saúde. “Estou convencido que somente com sistemas universais de saúde, estruturados a partir de um compromisso ético e político em defesa da vida, conseguiremos enfrentar os dilemas nacionais e globais que nos desafiam no presente e ameaçam nosso futuro”. Ele destacou também a necessidade de reduzir a pobreza e as desigualdades e de combater o racismo e todas as formas de representação.
Antes da abertura da sessão plenária, o Brasil promoveu uma reunião entre as delegações da Índia, África do Sul, China e Rússia, nações que compõem o bloco BRIC, para discutir acesso a medicamentos. Os ministros da saúde dos cinco países pronunciaram-se a favor do acesso universal, do uso racional e da redução de preços. A Abrasco, integrante oficial da comitiva brasileira, convidou os presentes ao encontro a participarem do 14º Congresso Mundial de Saúde Pública, que contará com uma sessão temática dedicada à inovação e desenvolvimento tecnológico em saúde empreendidos pelos Brics.
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