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terça-feira, 22 de julho de 2014

Sem dó nem piedade, reajuste da conta de luz pelo governo Richa penaliza paranaenses

O reajuste médio da conta de luz de 24,86% pedido pela Copel (retroativo a junho) vai impactar diretamente no bolso de mais de 4 milhões de lares paranaenses e também nos custos do setor produtivo do estado, estabelecimentos comerciais e indústrias. Um aumento que penaliza a população e que é resultado direto de uma sucessão de erros de gestão, como aquela decisão do governo do estado de não aderir ao plano do governo federal para antecipar os contratos de concessão de energia.

A decisão equivocada e sem visão de futuro do atual governador obrigou a Copel a comprar energia por um preço altíssimo e muito superior ao praticado no mercado. Em vez de pagar R$ 32,00/MWh pela energia (preço definido no plano de antecipação), a Copel comprou a R$ 822,00/MWh, um prejuízo de 2.469% por MWh aos cofres da empresa. Só com um novo socorro do governo federal no ano passado, por ação da Aneel, foi que os paranaenses contaram com algum alívio na tarifa.

Quando tomou a decisão equivocada de não aderir ao plano de antecipação, o governo do estado justificou que possuía contratos de venda dessa energia em valor maior que o oferecido pelo governo federal. Naquele momento, a atual administração do estado só levou em conta o faturamento dos acionistas e não priorizou o interesse público, nem se preocupou com o reajuste da tarifa no bolso do cidadão. O governo do estado, embora detenha mais de 50% das ações da Copel que dão direito a voto, possui apenas 1/3 do total geral das ações da empresa. O restante está nas mãos de acionistas privados.

Os governos do PSDB, a exemplo de PR, SP e MG, privilegiam setores de capital especulativo e não a lógica de produção. Não encaram a Copel como ferramenta fundamental dentro da estratégia de alavancar o desenvolvimento do setor produtivo do estado. Não é à toa que o atual governo representa as mesmas forças políticas que no passado tentaram privatizá-la. Um exemplo disso está na divulgação dos resultados da Copel no primeiro trimestre de 2014. O lucro líquido da Copel foi de R$ 583 milhões e mais de 50% desse valor é revertido em dividendos que, por sua vez, vão parar nas mãos de acionistas privados (alojados nas bolsas de valores de São Paulo e de Nova Iorque).

O aumento da tarifa poderia ser ainda maior se dependesse apenas da decisão do Governo do Estado, que havia sugerido anteriormente um reajuste superior a 30%, o maior índice de aumento entre todas as distribuidoras brasileiras. Diante da repercussão negativa e do desgaste político houve um recuo por parte da administração estadual que agora conseguiu o aumento de 24,86%, retroativo a junho.

Paraná Olhando Pra Frente | PT-PDT-PCdoB-PRB-PTN

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