Via Fundação Perseu Abramo
Após um ano de sua implementação, o programa Mais Médicos superou a meta de profissionais participantes, segundo o Ministério da Saúde: a meta inicial era de participação de 13.300 médicos, mas 14.462 profissionais foram selecionados. Eles atendem a 3.785 municípios e em todos os distritos sanitários indígenas do país, alcançando pelo menos 50 milhões de pessoas na atenção básica.
Segundo o Ministério da Saúde, 70% dos médicos do programa estão nos municípios que foram priorizados por apresentarem mais de 20% da população em situação de extrema pobreza, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo ou muito baixo, além dos municípios do médio e alto Araguaia, Vale do Ribeira (SP), Vale do Jequitinhonha (MG), Vale do Mucuri (MG) e distritos indígenas. Assim, o programa ajuda a equilibrar a distribuição de médicos no território nacional, que é conhecidamente desigual no país. Também, os recursos para atenção básica da esfera federal aumentaram 106% entre 2010 (R$ 9,7 bilhões) e 2014 (R$ 20 bilhões).
Outro dado positivo: aumentou a quantidade de consultas na atenção básica em 34,9%, de janeiro de 2013 a janeiro de 2014. Por outro lado, na comparação entre esses meses, ocorreu uma queda de 20,8% nos encaminhamentos hospitalares no Brasil. Ambos os dados se referem a municípios com pelo menos um profissional do programa Mais Médicos.
Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), ouviu 4 mil pessoas com mais de 16 anos, de 200 municípios e distritos sanitários indígenas sobre o Mais Médicos e aponta que 95% dos beneficiados pelo programa estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a inciativa. Entre os entrevistados, 86% disseram que a qualidade do atendimento médico é melhor ou muito melhor do que a anterior, 84% afirmaram que o tempo de duração das consultas melhorou ou melhorou muito e 73% afirmam que o tempo de espera por uma consulta diminuiu. Além disso, 87% afirmam não ter dificuldade de compreender os médicos, 67% afirmam ter recebido recomendações de alimentação e 56%, de atividades físicas.
Formação
Contudo, é importante lembrar que o programa também prevê a formação de novos médicos: foi anunciado o terceiro eixo do programa e 39 municípios receberão cursos de medicina, ampliando também a área de especialização, com as residências médicas. As cidades escolhidas têm 70 mil habitantes, não dispunham de curso superior para médicos, estão localizadas em 11 estados do país e nenhum dos municípios é capital. A intenção é oferecer a formação em regiões que necessitam do curso e tenham estrutura da rede de saúde para realizar as atividades práticas. O anúncio é parte da previsão de criar, até 2017, mais 11,5 mil vagas de graduação e 12,4 mil de residência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário