Um dos grandes desafios do próximo governo será reduzir a sensação de corrupção que permeia a opinião pública.
Muito
já se avançou. O fortalecimento da CGU (Controladoria Geral da União),
os critérios de escolha do Procurador Geral da República, a absoluta
anomia do Ministério da Justiça em relação à Polícia Federal, o papel do
TCU (Tribunal de Contas da União), até extrapolando de suas funções
institucionais, a Lei da Transparência são provas incontestes da
preocupação do
governo Dilma Rousseff com o tema corrupção.
A
própria sofreguidão com que Dilma reagiu às primeiras denúncias contra
seu governo - demitindo liminarmente os acusados antes mesmo de
comprovar sua culpa - é demonstração de sua preocupação com o tema..
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Há uma evidente exploração do tema pelos grupos de mídia.
Além disso, o foco exclusivo no governo federal acabou criando uma barreira protetora para outros estados.
No
governo de São Paulo, por exemplo, há um amplo o aparelhamento da
máquina e os negócios cinzentos, devido ao enorme período de domínio da
máquina por um só partido, e à leniência dos principais órgãos
fiscalizadores - especialmente os grupos de mídia.
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Mesmo assim, não se minimize o que acontece na área federal.
Mesmo assim, não se minimize o que acontece na área federal.
Sobre
dirigentes da Petrobras que serviram a FHC - especialmente o polêmico
Joel Rennó - sempre pairaram suspeitas, jamais comprovadas pelo controle
exercido pelo governo sobre o Procurador Geral da República e a Polícia
Federal. O polêmico Ricardo Sérgio, quando na diretoria do Banco do
Brasil, era homem de confiança de José Serra.
Significa
que a prática do aparelhamento é universal. Mas em nada exime o
governo do PT das barbaridades cometidas por Paulo Roberto da Costa,
enquanto diretor da Petrobras.
A
alegação de que também serviu ao governo FHC em nada melhora o quadro.
Um dos principais elos da cadeia de corrupção pública são funcionários
de carreira, conhecedores dos meandros do negócio e dispostos a servir a
qualquer senhor.
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Uma
das grandes distorções das práticas atuais é justamente o aparelhamento
de diretorias de estatais, não apenas por políticos de fora dos quadros
da empresa, como por funcionários de carreira apadrinhados por partidos
políticos.
A melhor maneira de coibir esses abusos está na consolidação de práticas de governança corporativa.
Por
também ser uma empresa de capital aberto, o Banco do Brasil consolidou
essas práticas de governança. Por elas, nenhum diretor tem alçada para
tomar decisões individuais. Todas as decisões são colegiadas e passa
também pelos órgãos técnicos do banco.
Há
diretores políticos - como o ex-senador paranaense Osmar Dias - que se
integram perfeitamente às normas do banco, enriquecendo com seu
conhecimento. E outros
que tendo apenas interesses políticos entram e saem do banco sem nada
ofercer, mas também sem nada levar.
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Um
trabalho aprofundado de controle exigiria, primeiro, o mapeamento de
todas as operações sensíveis subordinadas a cada diretoria da estatal,
de Ministério ou de agência reguladora. Depois, a definição das regras
de governança para eliminar as decisões individuais e submeter as
decisões mais polêmicas a normas técnicas da instituição.
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