Entidade vive crise financeira e tem dívida de mais de R$ 433 milhões.
Atendimento a pacientes não deve ser prejudicado.
no Portal G1
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo vai devolver, nos próximos 45 dias, quatro hospitais e um centro psiquiátrico para a gestão da Secretaria de Estado da Saúde. O motivo é a grave crise que a entidade enfrenta, com uma dívida de mais de R$ 433 milhões.
Serão transferidos ao Estado os hospitais Estadual de Franco da Rocha, Estadual de Francisco Morato, Penitenciário, em São Paulo, e Geral de Guarulhos, além do Centro Integral em Saúde Mental de Franco da Rocha.
A secretaria informou que o atendimento não será afetado com a mudança de gestão. As unidades que serão transferidas eram geridas pelo modelo de Organização Social (OS), ou seja, entidades sociais eram pagas para gerir as unidades.
O governador Geraldo Alckmin afirmou nesta sexta-feira (3) que há outra Organização Social (OS) interessada em administrar os hospitais da Santa Casa caso a entidade não possa mais geri-los.
Crise na Santa Casa
Na segunda-feira (29), uma auditoria apontou que a dívida da Santa Casa estava em R$ 433,5 milhões até dezembro de 2013. O documento mostrava também que o patrimônio líquido da entidade - que não inclui os imóveis - caiu 98,5% em quatro anos, e passou de R$ 220,3 milhões em 2009 para R$ 323 mil em 2013.
A auditoria foi realizada após o fechamento do pronto-socorro da Santa Casa, em 22 de julho, por dívida com os fornecedores. Ela foi realizada por uma comissão técnica instituída pela Secretaria de Estado da Saúde, com representantes do Ministério da Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde e do Conselho Estadual de Saúde.
Em dezembro de 2009, a dívida da instituição era de R$ 146,1 milhões. Quatro anos depois, ela saltou para R$ 433,5 milhões. O secretário de estado da Saúde, David Uip, estima que esse número tenha subido ainda mais. “Até o final de 2013 estava em torno de 430 milhões, agora está em torno de 450 milhões a dívida da Santa Casa”. No mesmo período, o prejuízo da instituição saltou de R$ 12,8 milhões para R$ 167,9 milhões.
O secretário informou, na data da divulgação do documento, que duas medidas seriam tomadas. Uma comissão acompanharia a gestão da Santa Casa diariamente. O estado também assumirá os custos da instituição. "Estamos assumindo o repasse do que for necessário para custeio e RH, garantindo à população que nada faltará", disse. O secretário apontou que "custeio" se refere a insumos e medicamentos, não a equipamentos.
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