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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Terra arrasada [a 'jestão' do Bebeto na saúde do Paraná]





via SindSaude
Crise em cima de crise. Assim é o dia a dia dos sobreviventes do Hospital Estadual de Guaraqueçaba. O que deveria ser uma política de Estado acaba sendo diminuído em política de governo. Ou seja, se houve estudo de necessidade de construir uma unidade hospitalar no pequenino município, se o estudo apontou à acentuada dificuldade dos moradores da cidade e das ilhas em ter acesso à assistência hospitalar, o Hospital deveria ser mantido, receber investimento e garantir seu pleno funcionamento.Tudo isso com o estabelecimento de missão e objetivos bem definidos para o bom funcionamento da unidade e o atendimento das necessidades da população. A isso denominamos política de Estado. Independente de governos, de partidos adversários, se manteria o serviço à população.

Bem longe disso é o que tem acontecido em muitas unidades próprias da Sesa. E nesse quesito, quem ocupa o topo da lista do 'deixa morrer' é o Hospital de Guaraqueçaba. Um investimento feito com recurso do povo sem servir ao povo. Uma calamidade na atenção à saúde, cabendo até medidas de responsabilização do gestor.

Os servidores que atuam no Hospital estão assombrados com a situação. Dizem que vivem um verdadeiro pesadelo, pois entraram com toda energia para trabalhar, acharam que a população teria um serviço de primeira linha e, anos depois, se sentem jogados numa terra de ninguém, num espaço esquecido pela Sesa. O grupo de servidores pede socorro! Em seu nome e no nome da população que fica a mercê da sorte quando internados.

Os servidores que trabalham na unidade relatam que a cada dia rola uma conversa de corredor. E com isso a insegurança do futuro. E desses boatos nasce também o descrédito da população na unidade. E o histórico do disse me disse é gigante. Houve tempos em que certo diretor dizia que o hospital seria transformado em hospital psiquiátrico.

Cabe aqui alertar que o diretor afirmava isso mesmo tendo conhecimento de que a legislação atual proíbe a abertura de hospitais exclusivamente para leitos psiquiátricos. Uma barbaridade!

Depois vem a conversa que o hospital será repassado ao município. Ora, aqui também vale comentar e comparar: exemplos não faltam de municípios maiores que não conseguem gerenciar e manter financeiramente seus hospitais. Imagine Guaraqueçaba que não tem a arrecadação, por exemplo, de Castro ou Araucária, cujos hospitais estão em profunda crise. Do nada surge novo boato que o hospital será transformado em uma UPA.

A Sesa não se posiciona. Ninguém cuida de fato de manter e aprimorar o hospital.

Aliás, o falta-falta impera. Falta laboratório que faça os exames diagnósticos. Faltam médicos, faltam equipamentos, falta pessoal. O hospital tem até unidade de UTI neo que está mofando, pois nunca foi utilizada. Nem parto a unidade hoje pode fazer, a menos que a gestante já chegue ao hospital em condições que não dá para esperar transferência.

Tudo é prova do abandono, do desinteresse, alergia que certos gestores têm em financiar unidades públicas, pois assim sobram recursos para prestigiar os empresários da saúde que são, ao final das contas, potenciais financiadores de campanha político partidária. O velho esquema de sempre e de quase todos os que chegam ao poder.

O que nos resta - Fazer campanha forte, maciça para salvar essa unidade. Se não podemos ser irresponsáveis com o nosso dinheiro pessoal, com qualquer propriedade privada, imagine com o que é de todos, feito com recursos de todos e que deveria bem servir a todos!

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