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sexta-feira, 8 de abril de 2016

A coragem e a coerência da Leila, prefeita da Lapa-PR

por Leila Aubrift Klenk, prefeita da Lapa-PR, em sua página no FB


COMUNICADO

Na década de 1990, de forma intuitiva e movida por um sentimento de justiça e em busca de igualdade social, da garantia de direitos, além de um amor fraternal e intenso pelos menos favorecidos na sociedade, tomei a decisão de me filiar e militar no PT.

Muitas vezes fui questionada sobre esta opção, não raro de forma preconceituosa. Sempre respondi que a sigla representava muitos objetivos com os quais eu me identificava, e que ainda jovem eu estava disposta a transformar em norte para a minha vida pessoal e profissional: a luta pela inclusão social, pelo acolhimento fraterno de todos e todas, pelos direitos de quem nunca teve direitos neste país. Um país marcado pelo preconceito disfarçado, pela troca de favores, pela exclusão.

E militei e lutei. E acreditei que um mundo melhor é possível. E é. E por ainda acreditar nisso que faço da minha vida uma luta diária. Em momento algum me distanciei dos meus princípios de honestidade, ética, correção e coragem de lutar.

Hoje, passados tantos anos de minha filiação ao Partido, sinto dor. Dor por ver que muito do que fizemos e ainda fazemos está sendo desconsiderado em razão de atos de pessoas que, a diversos pretextos, optaram pelos caminhos da corrupção. Que não honraram os princípios fundadores do PT nem as grandes conquistas sociais construídas durante os governos do partido.

Se isto é motivo de tristeza na sociedade em geral, é ainda mais para quem, como eu e tantos outros, participou da construção do partido e se mantém fiel aos princípios que orientaram a sua criação. Em momento algum, por nada, posso concordar ou defender quem agiu e age assim. . Seja no PT ou em outro partido qualquer, seja empresário ou qualquer outro profissional que aceita corrupção ou corrompe em busca de benefícios próprios.

Desta forma, condenando e agindo em caminho completamente contrário a isto, sigo minha vida pública e pessoal. Posso, com a Graça de Deus, com os princípios que me nortearam desde sempre, com o apoio de pessoas idôneas e corajosas, que me acompanham no dia a dia de minha vida particular ou pública, andar como sempre andei. Continuar olhando pra frente, de cabeça erguida, sem temor e sem vergonha.

E foi assim, com este sentimento, que optei em continuar filiada ao PT. Uma decisão que me julgo na obrigação de comunicar formalmente às pessoas que acompanham minha vida pública, como profissional ou como gestora.

Como já disse, não tomei essa decisão por concordar com os rumos que o partido tomou, mas por considerar que ainda temos no partido pessoas valorosas e éticas. Assim como certamente em outros partidos deve haver. Minha história política foi escrita por estes e com estes companheiros.

Considerei também o fato de que vivemos num cenário de falência das estruturas partidárias e de graves fissuras no nosso sistema político. Precisamos de uma reforma política que restaure minimamente essas estruturas, abaladas ao longo de décadas de distorções e erros. Enquanto isso não ocorrer, a solução não virá de meras trocas partidárias, muitas delas absolutamente oportunistas e movidas por interesses pessoais ou de grupos.

Nós, aqui na Lapa, por nossas condutas à frente do partido e da gestão pública, não temos do que nos envergonhar. Mudar de partido agora me pareceu não ser coerente comigo – nunca fui oportunista e não faço da política uma carreira.

Sigo, como todo o ser humano deveria seguir, com honestidade e trabalho, premissas básicas para uma sociedade justa e igualitária. Sigo firme no propósito de lutar sempre e em qualquer lugar por dias melhores para o nosso país e nossa cidade.

Muito obrigada.

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