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quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Operação desarticula esquema que faturava com cirurgias desnecessárias no Distrito Federal

Polícia Civil investiga o pagamento de propina feito por empresas a médicos ortopedistas que realizam cirurgias de coluna e quadril em hospitais particulares. Ao todo, 49 mandatos estão sendo cumpridos


A Polícia Civil do Distrito Federal desencadeou, nesta quinta-feira (1º), a Operação Mister Hyde para desarticular uma organização criminosa formada por médicos e empresários. De acordo com as investigações, os criminosos faturavam com cirurgias desnecessárias, superfaturamento de equipamentos, troca fraudulenta de próteses e uso de material vencido em pacientes.

Ao todo, são investigadas 22 pessoas, entre médicos, empresários do ramo de próteses, além de donos e funcionários de hospitais. Rogério Damasceno, proprietário do hospital Home (um grande centro de saúde do Distrito Federal) e um diretor do mesmo hospital também são alvos da operação.

Dos médicos presos, dois são sócios da empresa TM Medical Equipamentos Hospitalares. Um deles é o Micael Bezerra Alves. Na casa de um dos médicos investigados a polícia encontrou mais de R$ 50 mil em espécie. Em outra casa policiais apreenderam R$ 69 mil em espécie, documentos de clientes e um cofre que o dono se negou a abrir.

Segundo a polícia, há casos de cirurgias sabotadas para que o paciente fosse operado com frequência – gerando mais lucro para o esquema. Os envolvidos usam produtos fora do prazo de validade e trocam linhas mais caras por mais baratas sem o conhecimento do paciente. Há, ainda, suspeita de que os criminosos tentaram matar uma pessoa que denunciou o esquema.

Apenas em 2016, a estimativa é de que cerca de 60 pacientes foram lesados somente por uma empresa. O esquema movimentava milhões de reais em cirurgias, equipamentos e propinas.

Batizada de Mister Hyde, a operação mobiliza 240 policiais civis, prevê o cumprimento de 21 mandados de busca; 12 mandados de prisão, sendo sete temporárias e cinco preventivas e quatro conduções coercitivas. Vinte e um promotores e 21 agentes de segurança do Ministério Público também participam da operação.

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