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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tratamento contra tuberculose terá um só remédio até o fim do ano, diz governo

DIANA BRITO
colaboração para a Folha Online, no Rio

O Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que o país contará com um só remédio para o tratamento de tuberculose até o final deste ano. Comprado da Índia, o medicamento conhecido popularmente como "quatro em um" deve começar a ser produzido pelo laboratório de Farmanguinhos, na Fiocruz, em até dois anos.

Atualmente, há o medicamento "três em um" e outro separado. O coordenador do Programa Nacional de Controle de Tuberculose do ministério, Draurio Barreira, disse acreditar que a mudança baixará ainda mais o número de doentes no país.

"Consumir os medicamentos separados pode levar a intolerância gástrica. O remédio 'quatro em um' facilita o tratamento", afirmou durante a abertura da reunião de coordenadores de programas de tuberculose dos países da América, em Copacabana (zona sul).

Balanço

Um balanço do Ministério da Saúde informou nesta segunda-feira que a incidência de tuberculose caiu 27,58% em dez anos (1999 a 2008) no país. O levantamento mostrou que o número de casos detectados da doença passou de 51,44 em cada grupo de 100 mil habitantes, em 1999, para 37,12, em 2008.

De acordo com a pesquisa, o Brasil registrou 82.934 novos casos no final da década passada, contra 70.379 no ano passado. Com a queda de pessoas infectadas pelo bacilo de Koch (causador da doença), a taxa de mortalidade também caiu de 3,62 para 2,38 por 100 mil habitantes, o que corresponde a uma diminuição de 34,25%.

Ainda segundo o levantamento, no Brasil, 70% dos casos estão concentrados em 315 dos 5.565 municípios. As maiores incidências estão nos estados do Amazonas (68,93 por 100 mil habitantes), Rio de Janeiro ( 66,56), Pernambuco (47,69), Pará (43,05) e Ceará (42,60).

A região centro-oeste é a que apresenta as menores taxas do país --em Goiás, são 13,88 por 100 mil habitantes, segundo o Ministério. No Distrito Federal, 13,82 por 100 mil.

O estudo também apontou que a incidência entre os homens (cerca de 50 por 100mil) é o dobro do que entre as mulheres. Já as populações mais vulneráveis são as indígenas (incidência quatro vezes maior do que a média nacional); portadores de HIV (30 vezes maior); presidiários (40 vezes maior); e moradores de rua (60 vezes maior). N

o entanto, o ministério destacou que há ocorrências em todos os segmentos da sociedade, independente da renda ou da escolaridade.

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