A primeira, como a chamada deixa óbvio, é sobre o governo tucano paulista, sobre 2,3 milhões de exemplares mensais de folhetos de propaganda sobre sua administração que o governador José Serra (PSDB) começou a enviar a partir deste mês a milhões de moradores de 52 cidades do Estado.
Denominado "Boletim Informativo Regional", o panfleto passa a ser distribuído mensalmente, a um número cada vez maior de cidades até atingir os 29,3 milhões de eleitores dos 643 municípios do Estado. De acordo com a reportagem do FSP, de suas quatro páginas, duas são específicas para cada município e as outras padronizadas para todo o Estado com temas da gestão.
Em agosto, as duas páginas internas padronizadas para todo o Estado referem-se à educação. "Ensino melhora nas escolas de São Paulo", diz o título. Os gastos de R$ 8,2 milhões anuais com a produção - incluindo a distribuição - dessa panfletagem serão cobertos com dinheiro do orçamento de publicidade do governo.
O jornal diz candidamente, como se não fosse nada, ser de cerca de R$ 227 milhões este ano (43% a mais que em 2008), a verba publicitária do governo tucano paulista excluindo as estatais. Pois é, mas é exatamente incluindo as despesas das estatais que Serra vem dobrando ano a ano os gastos de seu governo com propaganda.
Compare a linha das duas reportagens
A segunda reportagem é sobre o governo federal, o evento programado para 2ª feira próxima (31.08), no Palácio do Planalto, de anúncio do marco regulatório do pré-sal, seguido do envio dos projetos ao Congresso Nacional.
Mas seu título está errado ou distorcido de propósito, porque não se trata de nenhuma campanha publicitária federal mas das despesas com a elaboração de todo o material comum em uma cerimônia dessa natureza - suporte para a exposição dos oradores, um vídeo sobre a descoberta na camada pré-sal e peças para ambientação do local - inclusive, a confecção de material de divulgação para a imprensa.
Veja a diferença de tratamento da Folha. Leia e compare. A matéria sobre a propaganda do governo estadual é neutra, limpa, sem adjetivos, sem ilações ou opiniões. E, olha que é a típica notícia que se fosse sobre iniciativa do governo federal, a FSP faria contra o desperdício de dinheiro publico, levantaria a suspeição ou diria claramente que é eleitoreira e, na certa, questionaria sua legalidade à luz da legislação eleitoral.
Já como é sobre o governo Serra, aceita sem nenhum questionamento até a propaganda falsa, sobre melhoras no ensino de São Paulo. Trata-se, além de um desperdício, de dinheiro publico em propaganda enganosa. Devíamos ir ao Procon reclamar a devolução de nossos impostos.
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