A Associação de Medicina Intensiva Brasileira concluiu o primeiro estudo que apresenta um panorama das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Brasil. A pesquisa revelou, entre outros dados, que o País tem 1,3 leitos de UTIs para cada 10 mil habitantes e que regiões inteiras ainda estão abaixo desse índice. Uma melhoria na disponibilidade de leitos de UTI nos estabelecimentos hospitalares é uma reivindicação antiga dos profissionais de medicina e, principalmente da sociedade, que é afetada diretamente pela falta de leitos em quase todo o Brasil. Os números foram obtidos a partir de dados secundários oficiais do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Avaliou-se a distribuição regional dos estabelecimentos que declaram possuir leitos de UTI; a caracterização dessas UTIs segundo o tipo de leito; a disponibilidade de leito segundo a população residente; e os principais equipamentos disponíveis nessas unidades. A conclusão do Censo mostra uma realidade preocupante nas UTIs brasileiras, que apresentaram números insuficientes e abaixo da média recomendada pelo Ministério da Saúde. A portaria de 12 de junho de 2002, estabelece a necessidade de 4% a 10% do total de leitos hospitalares, o equivalente de um a três leitos de UTI para cada 10 mil habitantes. No entanto, a pesquisa - que cobriu 26 estados e o Distrito Federal - mostrou que o Brasil tem 1,3 leitos de UTI para cada 10 mil habitantes e que 20 Estados estão abaixo do índice recomendado pela portaria do Ministério da Saúde. O estudo revelou ainda que regiões inteiras, como o Norte e o Nordeste, estão aquém do que o Ministério da Saúde recomenda. Segundo o Censo AMIB, o Brasil tem 25.367 leitos de UTI, distribuídos por 2.342 unidades de UTIs em 403 municípios. Os estados com a melhor relação leitos por 10 mil habitantes são o Distrito Federal (2,4) leitos, seguido por Rio de Janeiro (2,1), São Paulo (1,9) e Rio Grande do Sul e Paraná (1,7). Os estados com as piores médias são Roraima (0,1), Maranhão e Acre (0,5) e Bahia e Pará com (0,6). "Além de fazer um raio-x preciso dos números de Unidades de Tratamento Intensivo, o Censo AMIB serviu também de alerta para essa realidade preocupante para grande parte do País", diz Dr. Álvaro Réa-Neto, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Outros números levantados foram a distribuição dos estabelecimentos que possuem UTIs de acordo com o paciente atendido e o perfil da mantenedora. No primeiro item o Censo revelou que 95,5 % das UTIs são mistas, 27,1% são Neonatais e 16,1% são pediátricas. Já no segundo, os números mostram que 39,5% das UTIs são privadas, 33,5% filantrópicas, 25,2% são públicas e 1,8% não foram classificadas. Durante o congresso, os representantes das UTIs no Brasil puderam atualizar os seus dados no stand da AMIB. A ação, que será permanente por meio do Portal da entidade, faz parte da segunda fase do Censo. É importante que todos participem e ajudem na atualização constante do documento |
"O que tem fome e te rouba o último pedaço de pão, chama-o teu inimigo... Mas não saltas ao pescoço do teu ladrão que nunca teve fome." Bertolt Brecht
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Censo sobre UTIs no Brasil apresentado no Congresso da AMIB
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