Célio Yano na Gazeta do Povo
Cerca de 50 estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) fizeram uma passeata pelas ruas do Centro de Curitiba no fim da manhã de ontem. O grupo reclama da falta de materiais para as aulas práticas, o que resultaria na má formação médica dos alunos.
O protesto partiu às 11h15 da frente do Hospital de Clínicas (HC) da UFPR e seguiu pela Rua XV de Novembro até a Praça Santos Andrade, onde foi realizado um ato em frente ao Prédio Histórico da universidade. Dali, os manifestantes seguiram pela Rua Amintas de Barros até o prédio da Reitoria, onde entregaram um documento com as reivindicações ao vice-reitor, Rogério Mulinari.
“O maior problema é os professores cobrarem dos alunos materiais que deveriam ser oferecidos pela universidade”, diz Flávio Pacheco, membro do Diretório Acadêmico Nilo Cairo (Danc), que organizou o movimento junto com os alunos do 5.º período. Outros problemas, segundo os estudantes, dizem respeito à estrutura do laboratório de cirurgia experimental, que teria equipamentos quebrados.
Logo no início da passeata, os estudantes ocuparam parte das ruas, deixando o trânsito lento na região. Os manifestantes participaram do protesto vestidos de branco, em referência à profissão de médico, e carregaram uma faixa com os dizeres “Por uma universidade 100% pública gratuita”.
Os alunos foram recebidos pelo vice-reitor no início da tarde. Ficou agendada para as 8 horas da próxima segunda-feira uma reunião entre Mulinari e uma comissão de cinco estudantes que representarão o grupo.
Problemas pontuais
Procurada pela reportagem, a coordenadora do curso de Medicina, Claudete Regiane de Mello, contestou as reclamações dos estudantes. Segundo ela, nesta semana realmente houve falta de material biológico para os alunos da disciplina de Técnica Operatória. “Mas foi um problema pontual, porque não conseguimos receber a tempo um grande número de línguas de porco que seriam utilizadas na aula”, diz.
De acordo com a diretora do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, Maria Emília Vonder Heyde, todas as aquisições de material para o curso de Medicina já estão programadas. “O que ocorreu foi um problema de comunicação. Por algum motivo, um servidor desavisado disse à empresa que entregaria o material que não poderíamos receber as línguas”, afirma.
Com relação aos problemas de infraestrutura apontados pelos alunos, Maria Emília diz que a reclamação pode até ser verdadeira, mas considera desproporcional o protesto realizado nesta sexta. “Os estudantes jamais protocolaram uma reclamação na coordenação do curso, que seria o primeiro caminho a ser adotado. Esse tipo de ato que está sendo feito cria um vulto desnecessário”.
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