Governos não quiseram investir US$ 44 bilhões a mais por ano para desenvolver programas de agricultura em países pobres
Agência Estado
A FAO diz na declaração final que a melhor maneira para debelar a fome é ajudar os necessitados a se ajudarem e a declaração final abraçou essa estratégia. Essa abordagem “está no centro da estratégia de segurança alimentar”, disse o secretário-geral da ONU, Ban ki-moon. “Nosso trabalho não é apenas alimentar os famintos, mas ajudar os famintos para que consigam alimentar a si próprios”.
Na abertura da conferência da FAO, Ban disse aos participantes que era “inaceitável” que o mundo tenha alimentos suficientes enquanto mais de 1 bilhão de pessoas, uma a cada seis no planeta, passem fome.O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, lamentou que a declaração final da Cúpula da ONU sobre Segurança Alimentar tenha acabado sem alvos concretos. Mas Diouf disse, em declarações à agência de notícias Ansa da Itália, que não se sente decepcionado com o encontro. “Se não houvesse um acordo, seria um claro fracasso. Lamento apenas que não existam datas precisas para as metas. Mas devo aceitar os fatos, eu não negociei, quem negociou não foi capaz de negociar um prazo” para erradicar a fome no mundo, afirmou.
Nos últimos dias, Diouf afirmou que seriam necessários US$ 44 bilhões a mais por ano para erradicar a fome até 2015. A declaração final manteve a data de 2015 para reduzir pela metade o número de famintos, mas não incluiu os recursos extraordinários para a tarefa. O número de pessoas famintas, segundo estimativas da ONU, cresceu de 850 milhões para mais de 1 bilhão de pessoas entre 2008 e 2009, como efeito da crise econômica mundial. Em 1996, quando foi adotada a meta de reduzir pela metade o número de famintos até 2015, cerca de 400 milhões de pessoas passavam fome no mundo.
Principais pontos da declaração final da Cúpula da FAO sobre a segurança alimentar, adotada ontem:
- Inverter a tendência de redução dos financiamentos em agricultura, segurança alimentar e desenvolvimento rural dos países em desenvolvimento.
- Agir por antecipação para enfrentar os problemas decorrentes da mudança climática em termos de segurança alimentar.
- Investir em planos visando atingir os recursos a programas e parcerias bem concebidas e centradas em resultados.
- Adotar uma dupla aproximação global da segurança alimentar com uma ação direta visando remediar imediatamente a fome e programas a médio e longo prazo.
- Garantir um compromisso sustentado e substancial ao investimento em agricultura, à segurança alimentar e a nutrição, tornando disponíveis os recursos necessários, dentro dos planos e dos programas plurianuais.
Fonte: AFP
COMENTÁRIO: Provavelmente os governos terão alguma destinação mais nobre para o dinheiro como, por exemplo, socorrer os especuladores do sistema financeiro internacional...
“Os líderes mundiais reagiram à crise financeira e econômica mobilizando com sucesso milhares de milhões de dólares em um curto espaço de tempo. Afora, são necessárias ações igualmente fortes para combater a fome e a pobreza”, disse o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. “O crescimento da população faminta é intolerável. Temos os meios econômicos e técnicos para fazer a fome desaparecer. O que falta é uma vontade política mais forte para erradicá-la”, acrescentou Diouf cobrou “investimentos na agricultura nos países em desenvolvimento”, dizendo que é “essencial não apenas para derrotar a fome e a pobreza, mas também para garantir o crescimento econômico, a paz e a estabilidade do mundo”.
O governo norte-americano, que se recusara a oferecer garantias para que o banco inglês Barclays adquirisse o controle do cambaleante Lehman Brothers[1], alarmado com o efeito sistêmico que a falência dessa tradicional e poderosa instituição financeira - abandonada às "soluções de mercado" - provocou de forma nos mercados financeiros mundiais, resolveu, em vinte e quatro horas, injetar oitenta e cinco bilhões de dólares de dinheiro público na AIG, para salvar suas operações. Em poucas semanas, a crise norte-americana atravessou o Atlântico: a Islândia estatizou o segundo maior banco do país. (na Wikipédia)
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