Gazeta do Povo
Osvaldo Carlos da Silva (67) morreu ao dar entrada no Posto de Saúde do Interlagos, em Cascavel, na região Oeste do Estado, na noite de terça-feira (23). Na unidade não há médicos e ele foi atendido pela equipe de enfermagem do local. Silva chegou ao posto em estado gravíssimo, porque equipes de serviços de emergência teriam se negado a socorrê-lo. Um processo administrativo foi instaurado pela Secretaria de Saúde, para apontar se houve falhas no atendimento.
Após Silva ter se queixado de dores no peito, Antonio de Assis telefonou ao Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência (Siate), que orientou-o a acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O atendente do Samu teria dito para que ele passasse o telefone para o amigo, que não conseguiu falar.
Assis disse que continuou ligando para as equipes de socorro, que passaram a orientá-lo a ligar diretamente ao posto de saúde. Mas, na unidade, foi informado de que não havia ambulância disponível. Silva foi levado ao posto em um carro particular, mas a demora no socorro acabou agravando seu problema e ele não resistiu. “Ele chegou em situação bastante crítica, frio, com dificuldade de respirar e sem batimentos cardíacos. Imediatamente, a equipe de enfermagem se prontificou a fazer a reanimação do paciente”, disse o coordenador do Posto do Interlagos, Adalberto Ferreira, em entrevista do telejornal ParanáTV, da RPC TV.
Há cinco meses, não há um médico na unidade de saúde, o que tem preocupado a população. Segundo o secretário de Saúde, Iledemar Canto, a situação deve ser resolvida até a metade do mês de março, com a contratação de novos médicos. Outro posto de saúde do município também estaria funcionando sem médico, mas a Secretaria argumenta que outros postos próximos dão suporte à população.
O processo administrativo será promovido por uma comissão, que tem um prazo de 60 dias para concluir os trabalhos. De acordo com o secretário, será avaliado se houve falhas técnicas ou éticas no atendimento.
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