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domingo, 18 de abril de 2010

Assembleia tem mais médicos que 338 cidades



Uma salinha com recepção, meia dúzia de cadeiras, três biombos e três macas, em uma área de menos de 30 metros quadrados. Esse é o setor de serviço médico da Assembleia Legislativa. A estrutura fisicamente acanhada contrasta com a quantidade enorme de funcionários a ela ligados. Pela lei de plano de cargos, são 18 médicos, dois enfermeiros, seis auxiliares de enfermagem, 15 agentes de saúde e dois biólogos. Os deputados e servidores da Casa contam ainda com os serviços prestados por dez dentistas, que ocupam um espaço exclusivo em um local próximo, na Rua Marechal Hermes.
Por meio de convênio, os servidores do Legislativo estadual têm o direito de aderir a planos de saúde particulares com desconto. Mas o atendimento emergencial prestado pela Assembleia, com 53 profissionais à disposição, pode ser considerado de primeiro mundo. Para cada grupo de 50 funcionários, há um profissional da área de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como ideal a proporção de um médico para cada mil pessoas.
O atendimento prestado pela Assembleia também pode ser utilizado por visitantes, em caráter emergencial. Mesmo considerando as pessoas que passam diariamente pelo Legislativo, todos os parlamentares e terceirizados, chega-se ao número de um médico para 166 pessoas. Isso sem levar em conta que muitos assessores não frequentam a Assembleia, pois atuam no interior, na base política dos parlamentares.
De acordo com o cadastro do Conselho Regional de Medicina, 338 das 399 cidades do Paraná têm menos médicos do que a Assembleia. Com 18 médicos, a Assembleia dispõe de um quadro profissional semelhante ao do Hospital da Criança, em Ponta Grossa, que atende 1,5 mil pacientes por mês, em uma área de 1,7 mil metros quadrados.
Apesar de terem ocorrido aposentadorias e mortes de alguns médicos do quadro efetivo da Assembleia, a nova lei do funcionalismo da Casa não prevê cortes de vagas na área de saúde dentre os 664 cargos extintos. A Assembleia chegou a ter, no início dos anos 2000, pelo menos 25 médicos. Em 2006, quando o Legislativo divulgou nome e função de todos os funcionários efetivos, havia 18 médicos na Assembleia. De lá pra cá, um se aposentou.


COMENTÁRIO: Será que a reportagem incluiu aí na conta os psicógrafos e os parapsicólogos responsáveis pelo "cuidado" dos funcionários "fantasmas" e dos falecidos que ainda recebem salários?



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