Portal Terra (via JB)
RIO - O consórcio de saúde da região de Cabo Frio, no interior do Rio de Janeiro, reconheceu falha nos procedimentos que impossibilitaram a doação de órgãos de Tainá dos Santos, 19 anos, que sofreu morte cerebral no sábado. Para o órgão, falta prioridade na saúde pública local para o sistema de transplantes funcionar. As informações são do Bom Dia Rio.
"É um trauma a mais, não bastando a perda da vida. É revoltante porque sabemos que a vida dela poderia continuar tendo sentido na vida de mais nove pessoas", afirmou uma prima de Tainá, que sofreu a lesão cerebral em um acidente de carro. Mesmo em luto, durante três dias seus familiares tentaram realizar o desejo dela de doar os órgãos. "Parece que se esquecem que política pública envolve captação de órgãos e não só um atendimento de emergência. Nesse momento, falhou a dedicação integral a um diagnóstico de morte encefálica realizado clinicamente", afirmou o secretário-executivo do consórcio, Marcelo Paiva.
COMENTÁRIO: Fiquei preocupado com o teor da notícia. Consórcio de saúde não é um 'órgão'. Consórcio é uma reunião de municípios com fins comuns, trabalhando em conjunto, estabelecendo parcerias e beneficiando-se da economia de escala gerada.
Consórcio NÃO É PODER PÚBLICO. Consórcio não pode assumir funções da gestão. Regulação é função indelegável do gestor em cada uma das esferas de poder. Consórcios de saúde, mesmo com natureza pública, são prestadores de serviços.
O Sistema de Transplantes é um sistema nacional (de regulação) que depende da articulação entre as Centrais Estaduais de Transplantes. Nestes termos, não consigo entender a afirmação que "falta prioridade na saúde pública local para o sistema de transplantes funcionar". Seria um micro-sistema de transplantes coordenado pelo Consórcio de Saúde da Região dos Lagos?
Esquisito né?
Mario Lobato da Costa,
ResponderExcluirSegundo a Central Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro informa que a jovem teve politraumatismo e extenso traumatismo craniano, com grande hemorragia e inchaço do cérebro, provocando o choque circulatório, o que impediu que os órgãos recebessem a irrigação necessária para continuar funcionando a ponto de serem transplantados.
Para ocorrer a doação de órgãos, além da morte encefálica, é fundamental que haja circulação sangüínea irrigando os órgãos, ou seja, antes que o coração deixe de bater e os aparelhos não possam mais manter a respiração do paciente.
Ministério da Saúde