A importância do parto normal e da amamentação para a saúde de mães e bebês foi alvo de discussões da 3ª Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, que termina nesta terça-feira, em Brasília.
O professor de medicina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Ricardo Chaves criticou o fato de muitos médicos recorrerem a operações cesarianas. O recurso, segundo ele, “está virando uma cultura, quando se sabe que é muito melhor para a mulher se ela tiver parto normal e também para os bebês”.
Para Elza Giugliane, da área de apoio à criança e à amamentação, do Ministério da Saúde, “o malefício da cesariana virou rotina e tem repercussão negativa também no âmbito psíquico da mulher”. A cirurgia “não pode ter como critério a conveniência da parte do profissional de saúde ou da mãe, mas, sim, conforme a viabilidade clínica, a necessidade”.
Segundo ela, a amamentação da criança nas primeiras horas depois do nascimento é fundamental para a saúde do bebê, pois 20% daquelas que não são amamentadas pela mãe desenvolvem com mais facilidade o diabetes.
A epidemiologista Maria do Carmo Leal afirmou que, atualmente, “até os hospitais privados se preocupam com os efeitos danosos da cesariana” pois as crianças têm que ficar muitas horas nas unidades de Terapia Intensiva (UTIs) quando há complicações nesse tipo de parto.
O professor da Universidade de Campinas Hugo Sabatino afirmou que há sete vezes mais casos de mortes nas cesarianas do que nos partos normais e 35 vezes mais complicações no parto cirúrgico.
– Operar uma mulher para que ela tenha um filho é uma violência contra ela e contra a criança que vai nascer, o que, muitas vezes, acontece prematuramente.
O encontro está sendo promovido pelo Ministério da Saúde com apoio da organização da sociedade civil Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa).
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