Palocci permanece na linha de tiroO ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, enfrenta inferno astral por conta do patrimônio aumentado 20 vezes em quatro anos. Mesmo com a minimização feita pelo governo, ao dizer que o assunto estava encerrado, a oposição enxergou aí uma oportunidade de sangrar a gestão da presidenta Dilma Rousseff.Cada qual cumpre um papel nessa confusão em torno do ministro. A oposição quer mostrar que ainda está viva. A situação tenta provar que é fiel ao Planalto.Alguns partidos aliados, que aguardam na fila do gargarejo uma boquinha, veem uma possibilidade de ter seus pleitos atendidos imediatamente em troca de apoio. É a lei da oferta e da procura na política. O PMDB é o que mais pode faturar com a crise porque é mais pragmático quando o assunto é conquistar novos espaços.A fatura peemedebista tende custar caro ao governo. Em duas oportunidades, os líderes da legenda saíram em disparada para socorrer a bandeira governista. A primeira foi na semana passada quando enterrou a votação do Código Florestal. A segunda ocorreu nessa defesa apaixonada da lisura do aumento patrimonial de Palocci.Resumo da ópera: a demora do governo em atender as demandas de aliados será cobrada com juros e correção monetária em um futuro não muito distante.
Pressão totalPPS, DEM e PSDB não se convenceram com as explicações de Palocci. Os três partidos oposicionistas protocolaram nesta terça-feira um pedido de inquérito na Procuradoria Geral da República (PGR). Querem também que a Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Fiscais (Coaf) e Controladoria Geral da União (CGU) fiquem no pé do ministro.
Eu também possoEm nota explicativa distribuída nesta terça pela Casa Civil o argumento principal era de que outros ex-ministros, na gestão FHC, também fizeram consultorias de sucesso. Em síntese: se eles puderam, eu também posso.
Trator governistaCândido Vaccarezza, líder do governo da Câmara, deverá orientar a base para votar nesta semana 11 medidas provisórias que trancam a pauta na Casa. Não deverá enfrentar dificuldades no plenário. Sem votos, o DEM anuncia que vai ao STF para impedir as votações.
Lula onlineO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou presença no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressista, que acontecerá em Brasília de 17 a 19 de junho.
Impeachment no STFO advogado Alberto de Oliveira Piovesan protocolou no Senado pedido de impeachment do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, por causa de ligações perigosas que ele manteria com o escritório de outro advogado, Sérgio Bermudes, em Brasília. A mulher de Mendes, Guiomar, trabalha no local.
RoubágioO governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), anunciou o fim da guerra jurídica com as concessionárias de pedágio no estado. São mais de 140 processos suspensos. Tudo em nome da redução no preço das tarifas. Mas a taxa de retorno de 80% para as empresas continuará imexível. Ou seja, os contratos poderão ser prorrogados por mais 20 anos e novas praças deverão ser instaladas nas rodovias paranaenses.
A política como ela é:
O choro de JKExilado em Paris pela violência gratuita do golpe de 64, Juscelino saiu uma tarde dirigindo seu carro e curtindo saudades do Brasil, numa conversa com seu velho amigo Olavo Drummond. Chegaram à Place Vendômme, estacionou em um lugar proibido. O guarda logo aparece, alto e posudo, com seu bonezinho à De Gaulle. Pediu a carteira de motorista, conferiu :
- Oh, senhor Kubitschek? Parente do grande presidente Kubitschek do Brasil?
- Sou eu.
- O senhor, o próprio presidente Kubitschek? Por favor, dê-me a chave do carro. Eu mesmo vou estacioná-lo. Aqui, apesar de exilado, o senhor continua presidente, como sei que continua lá.JK entregou a chave, pôs a mão no ombro de Olavo e chorou.
(Do livro “Folclore Político”, de Sebastião Nery).
Coluna disponível em: http://colunadoesmael.com – Contatos: e-mail:esmaelmorais@hotmail.com – Twitter: @esmaelmorais
"O que tem fome e te rouba o último pedaço de pão, chama-o teu inimigo... Mas não saltas ao pescoço do teu ladrão que nunca teve fome." Bertolt Brecht
terça-feira, 17 de maio de 2011
COLUNA DO ESMAEL MORAIS (18/05/2011)
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