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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Londrina vive mais um dia de superlotação nos prontos-socorros

O atendimento no PS da Santa Casa foi suspenso nesta manhã. No Hospital Evangélico, sete macas precisaram ser retidas por falta de leitos
na GP

Os três hospitais de Londrina para onde são encaminhados casos de alta complexidade estavam com os prontos-socorros superlotados na tarde desta terça-feira (17). As situações mais graves eram concentradas na Santa Casa, cujo atendimento de emergência foi suspenso ainda pela manhã, e noHospital Evangélico, que também atendia acima da capacidade e havia retido seis macas doSamu/Siate, utilizadas como leitos provisórios, somente nesta terça. No Hospital Universitário, sete pacientes aguardavam vaga em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Vinte e oito pacientes estavam internados no pronto-socorro da Santa Casa de Londrina por volta das 16h desta terça. A unidade tem capacidade para apenas quatro leitos. Oito pacientes ainda estavam em atendimento e poderiam ser liberados, os outros 20 estavam internados nos corredores, consultórios e salas de espera improvisadas. Duas pessoas aguardavam vaga em um leito de UTI, com capacidade para atender 36 pacientes. Duas macas se encontravam retidas no hospital, uma do Samu e outra do Hospital Zona Sul. A média de retenção de macas é de um dia.
Este é o terceiro dia do mês que o atendimento no pronto-socorro da Santa Casa precisa ser suspenso por conta da superlotação. Em abril, o PS ficou fechado por 11 dias e, em março, foram 8 dias de suspensão. Segundo informações da assessoria de imprensa do hospital, terças e quartas-feiras são, tradicionalmente, dias de pico e superlotação.
A supervisora de atendimento do Hospital Evangélico, Izabel Cristina Gomes de Oliveira, contou que o hospital está superlotado desde domingo (15). Com o pronto-socorro lotado e sete pessoas aguardando vaga em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – os 12 do Sistema Único de Saúde (SUS) estavam ocupados – a supervisora disse que receberia ainda mais um paciente por volta das 15h. “Avisei que estamos sem leitos, mas disseram que todos os hospitais estão assim. Se for caso grave, estamos sem espaço físico”.
Além dos pacientes graves, Izabel afirmou que outros dez aguardam vagas em outros setores do hospital. Da madrugada desta terça-feira (17) até as 14h30, o Hospital Evangélico já havia retido sete macas do Samu/Siate. Duas haviam sido liberadas e outras quatro continuavam retidas nesta tarde. A quinta maca veio do município de Florestópolis e permanecia no hospital. “Hoje está um caos”, resumiu.
Sem leitos disponíveis para atender a demanda que chega diariamente, o hospital retém uma média de duas a três macas por dia, durante uma média de duas horas. Izabel disse que a retenção de macas no Hospital Evangélico não é tão frequente quanto em outros hospitais da cidade. “Tem semana que a gente não retém nenhuma, mas desde domingo tivemos que segurar sempre de duas a três macas”.
No Hospital Universitário (HU), a situação não era diferente. Sete pacientes aguardavam um leito de UTI no pronto-socorro. Apesar de a capacidade do PS ser de 48 leitos, 73 pessoas estavam internadas nesta tarde. Pelo menos uma maca do Samu havia sido retida pelo hospital, mas já estava liberada por volta das 15h.
Problema crônico
Como mostrou a reportagem do JL de segunda-feira (16), a retenção de macas é apenas “a ponta do iceberg” de um problema crônico que adoece a saúde de Londrina. O orçamento nacional está muito aquém do necessário, segundo informou o superintendente da Santa Casa, o neurologista Fahd Haddad.
Com macas do Samu/Siate retidas quase que diariamente nos hospitais, aumenta a demora no atendimento aos pacientes graves. Na avaliação do coordenador do Samu, Elândio Câmara, a solução para diminuir a retenção de macas dentro dos hospitais está na melhoria da dinâmica de atendimento nos setores primário, secundário e terciário.

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