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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Presidente da Assembléia dos Lobos apresenta documento que inocenta Lobo Mau no caso dos Três Porquinhos


Receita responsabiliza ex-diretores da Alep pelo caso Daru

Rossoni apresenta documento como prova de que não havia fantasma em seu gabinete. Mas Fisco nega a interpretação do deputado e afirma que só o MPF poderá dizer isso

A Receita Federal encaminhou ofício ao Ministério Público Federal (MPF) em que responsabiliza administrativamente três ex-diretores da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) pelas irregularidades no “caso Daru.” Segundo o documento, Abib Miguel (ex-diretor-geral), José Ary Nassif (ex-diretor administrativo) e Cláudio Marques da Silva (ex-diretor de recursos humanos), demitidos pela Assembleia no ano passado, foram responsáveis pela gestão do Legislativo e, consequentemente, pela contratação de Hellena Luiza Valle Daru para o gabinete do atual presidente da Alep, Valdir Rossoni (PSDB), entre 2003 e 2005. Hellena Daru admitiu à Receita que nunca trabalhou na Assembleia.
Ontem, Rossoni apresentou o documento da Receita como prova de que não sabia da contratação da suposta funcionária. “[O ofício] restabelece [a verdade] que não existe fantasma no meu gabinete”, declarou o parlamentar. O deputado assumiu a presidência do Legis­­lativo em fevereiro deste ano, quando os três ex-diretores já não estavam mais no comando da Assembleia.
Segundo o Rossoni, o documento lhe foi entregue pelo filho de Hellena, Altair Carlos Daru, homem de confiança de Rossoni e que foi demitido do cargo de diretor administrativo da Assembleia quando a informação de que a mãe dele admitia nunca ter trabalhado na Casa veio a público, no mês passado.
O presidente da Assembleia disse que o ex-diretor entregou os documentos e pediu para reassumir a função. Porém, Rossoni afirmou que não decidiu ainda se deverá readmitir o ex-funcionário. “Não quero fazer julgamento precipitado. O mais difícil eu já fiz, que foi afastá-lo.”
Sem inocentar
Apesar das afirmações de Rosso­­­­ni, o delegado da Receita Federal em Curitiba, Arthur Cezar Ro­­cha Cazella, negou ontem que o ofício sirva para comprovar inocência de qualquer pessoa, já que a investigação sobre a contratação de Hellena Daru cabe ao Minis­­­tério Público Federal. “De forma alguma [o ofício serve para inocentar alguém]. O MPF investiga quem ele quiser e vai representar contra quem ele quiser”, disse Cazella.
O delegado afirmou que os três ex-diretores da Assembleia foram apontados como responsáveis pela contratação de Hellena Daru no âmbito administrativo. Segun­­­do ele, caberá à investigação do MPF apontar quem são os culpados pela contratação dela na esfera criminal.
Dados do Fisco mostram que a Assembleia apresentou a Decla­­­ração de Imposto Retido na Fonte (Dirf) e Guias de Fundo de Garantia e Informação à Previ­­­dência Social (Gfips) referentes à funcionária Hellena Daru – o que comprovaria a vinculação dela e os pagamentos feitos em nome da servidora. Ela, porém, admite que nunca prestou serviço e diz não ter recebido “nem um centavo” da Casa. “As declarações que a As­­sembleia apresentou [à Receita] mostram que ela teve vínculo [empregatício]. Algum erro tem”, afirmou Ca­­zella. Com base nesses indícios de irregularidades, a Receita remeteu o caso para investigações do MPF e da Polícia Federal (PF).
A Gazeta do Povo procurou ontem o MPF e a PF para comentar o caso, mas não teve retorno aos pedidos de informações. Altair Carlos Daru e os advogados dos três ex-diretores não fo­­ram localizados.

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