na Gazeta do Povo
Nos Estados Unidos, a relação médico-indústria é semelhante à do Brasil, embora não seja ilegal. Lá, inclusive, as empresas pagam os profissionais que receitam mais medicamentos. Em 2009, por exemplo, oito indústrias distribuíram R$ 500 milhões para 21 mil médicos. Alguns profissionais receberam R$ 540 mil em um ano. Os dados estão disponíveis no ProPublica, um site americano de jornalismo investigativo.
Em entrevista por e-mail, Mike Webb, um dos editores do site, conta que a ideia de monitorar os pagamentos nasceu de uma iniciativa da própria indústria, que divulgou os dados, mas de forma confusa. “A Pfizer foi a primeira. Ela divulgou os dados, mas não eram fáceis de serem entendidos. Nós resolvemos organizá-los e divulgá-los. Com o tempo, fizemos isso com as outras”, diz.
Segundo Webb, o sucesso foi tão grande que milhões de internautas acessaram o site para ver quando o seu médico estava ganhando das empresas. “O pagamento das empresas pode influenciar os médicos a receitar medicamentos que os pacientes não precisam. E o cuidado com os pacientes deve vir em primeiro lugar e não ser influenciada por vantagens da indústria”, afirma.
A iniciativa foi bem aceita e gerou uma polêmica tão grande que o Congresso norte-americano aprovou uma lei obrigando que todas as empresas divulguem, a partir de 2013, quanto pagam a cada profissional.
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