O empresário Altair Moura, dono da Império do Forro de Bolso, empresa investigada por suposta importação de lixo hospitalar do EUA, disse nesta quarta-feira, em entrevista à Folha, que não vende esse tipo de produto em suas três lojas, interditadas nesta semana pela Vigilância Sanitária de Pernambuco.
"Não é lixo hospitalar o que está lá", afirmou ele. "São tecidos novos para revenda e confecção de forros de bolso", disse.
Segundo Moura, está havendo uma confusão entre dois fatos distintos.
"O primeiro são os dois contêineres apreendidos", disse o empresário. "Mandaram mercadoria que eu não comprei", afirmou.
Moura se refere às 46 toneladas de lençóis, seringas e luvas usados, importados dos EUA e retidos pela Receita Federal. O documento indicava ser "tecido de algodão com defeito".
"A segunda coisa é o que está nas lojas", disse. "Lá não tem seringas, luvas, resíduos humanos, xixi, cocô", afirmou. "Estão confundindo o material apreendido com o encontrado nas lojas."
A Folha esteve última sexta-feira (14) na Império do Forro de Bolso, em Santa Cruz do Capibaribe (PE). Encontrou lençóis de hospitais americanos usados e manchados.
A Vigilância Sanitária interditou as lojas de Moura. Durante a ação, os agentes também encontraram peças com manchas e nomes de entidades americanas.
O gerente-geral da Vigilância Sanitária do Estado, Jaime Brito, afirmou que "lixo hospitalar não é só seringa" e declarou que produtos mantidos em contato com pacientes não podem ser reciclados ou reaproveitados.
Hoje, a Polícia Federal ouviu o suspeito e recolheu computadores e documentos em duas lojas. No fim da noite, ele prestou depoimento à Polícia Civil, em Caruaru.
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