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domingo, 9 de outubro de 2011

Por respeito à vida



Os números mais recentes do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde mostram um triste cenário: 37.594 brasileiros morreram em acidentes no trânsito em 2009.

Nessas estatísticas, em termos mundiais, ocupamos o quinto lugar. Há estimativas de que, além dos que perecem no local do choque, muitos morrem posteriormente, além de sequelas em 500 mil pessoas, todos os anos.

Outro estudo, o Mapa da Violência no Brasil, divulgado neste ano pelo Ministério da Justiça, revela aumento de 32,4% nas mortes de jovens em acidentes de transporte de 1998 a 2008. O aumento, no total da população, foi de 26,5%.

Os dados evidenciam imensa irresponsabilidade por parte de uma expressiva parcela de motoristas, considerando que a imprudência é a principal causa dessa tragédia diária de nossas ruas e estradas. Sabe-se ainda que essa atitude condenável é provocada, em numerosos casos, pelo uso de álcool e drogas.

É verdade que são bem-intencionadas as campanhas educativas, como a de 22 de setembro último, no Dia Mundial Sem Carro. Contudo tais iniciativas mostram-se insuficientes para mudar a cultura de negligência que contamina parte dos motoristas.

O próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lamentou recentemente o grave impacto dos acidentes de trânsito. Segundo ele, houve uma explosão no número de atendimentos por essa razão. Somente na rede pública foram gastos R$ 185 milhões em 2010, com a hospitalização das vítimas. Sem contar as faltas ao trabalho e outras despesas correlatas.

Os prejuízos não são só financeiros. Os mortos na violência do trânsito, em especial os jovens, interrompem precocemente sua história e carreira por motivo banal e inaceitável.

São muitos talentos para a educação, a ciência, a cultura, os esportes, empreendedores que o país perde nos destroços dos veículos.

Essa é uma preocupação que a sociedade e as famílias devem ter. Um compromisso dos pais ao prepararem seus filhos para a convivência civilizada e lhes incutir a imensa responsabilidade que significa manejar um automóvel. Não se pode dar um carro a um jovem sem antes lhe prover educação para o trânsito, consciência de cidadania.

A sensação de impunidade, é óbvio, contribui para estimular essa violência, considerando que dificilmente alguém vai preso e cumpre pena em tempo justo quando protagoniza horrores e mortes ao volante, mesmo se embriagado ou drogado. Casos como esses têm se multiplicado, principalmente envolvendo jovens com automóveis luxuosos e velozes.

Nada justifica a omissão dos familiares e responsáveis. A educação em casa é decisiva para que a vida, própria e alheia, seja mais respeitada!

JOSUÉ GOMES DA SILVA escreve aos domingos na FSP.

Um comentário:

  1. Caro Dr.Mario
    São perfeitas suas colocações. Uma explanação que renderia dias e dias a fio de discussões.Mas acredito que a retirada do crucifixo dos tribunais, assembleias,câmaras seria pura e simplesmente pela vergonha pelos atos arbitrários e injustos cometidos muitas vezes "aos olhos do Cristo"que morreu com a certeza de suas convicções: amor,respeito e dignidade ao próximo pelo amor ao pai DEUS SUPREMO".

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