Para eles, medida de Alckmin mascara intenção de privatizar os hospitais
no Saúde Web
Os médicos assistentes do HC de Ribeirao Preto, em greve há 139 dias, acusam o governador Geraldo Alckmin de querer privatizar todos os Hospitais das Clínicas do Estado de São Paulo. As denúncias são baseadas no Projeto de Lei Complementar 79/06, de autoria do Poder Executivo, que propõe a transformação dos hospitais em autarquias de regime especial. As informação são do jornal EP Ribeirão.
De acordo com a vice-presidente da Associação dos Médicos Assistentes do HC-RP, Eliene Meneses do Santos, o artigo 8º do projeto estabelece a possibilidade do hospital vender serviços e receber recursos financeiros da iniciativa privada. Além disso, a médica explica que o 10º artigo prevê apenas a participação de membros da diretoria no conselho deliberativo, o que restringiria as decisões.
Eliene disse que o governador quer privatizar o HC e resslta que a disccusão é tão séria que deputados do próprio PSDB votaram contra. Essa ocasião ocorreu na votação da Assembléia Legislativa, realizada na última quarta-feira, (09). Onde o projeto recebeu 47 votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção – quórum insuficiente para deliberação da matéria. A votação foi adiada.
Ainda segundo ela, a intenção do governo estadual vem sendo demonstrada desde a gestão anterior. Em 2010, o então governador Alberto Goldman sancionou a Lei 1.131/10, que permite a venda de 25% dos serviços da saúde pública, incluindo os leitos, para os planos de saúde e particulares. E informa que mesmo no período de greve os atendimentos particulares continuam aumentando. Enquanto os atendimentos públicos estão caindo em média 8% ao ano, os privados crescem 12%.
Greve
Em visita a Taguaritinga, nesta segunda feira, (14), o governador Geraldo Alckmin disse não entender a greve dos médicos do HC-RP. Segundo ele, nós não temos nenhuma greve no Estado de São Paulo a não ser essa de uma pequena parte do HC. Aliás, eu não consigo entender, porque a lei (que aumenta os salários do funcionalismo estadual em 19%) já foi aprovada, o aumento já foi dado, vai ser pago retroativo até julho, nós já dissemos que vamos fazer o plano de cargos e salários para os médicos, então eu não vejo razão para isso. Eles deveriam imediatamente voltar ao trabalho.
Para Eliene, o aumento de 19% proposto no Projeto de Lei é insuficiente para a categoria, uma vez que os cálculos do reajuste são realizados em cima do salário base, que varia de R$ 414 a R$ 524.
“O salário do HC não mantém equipe completa. Hoje, por exemplo, estamos trabalhando com uma defasagem de 50% no número de anestesistas”, disse a médica.
Ainda de acordo com a médica, a categoria aguarda a aprovação do projeto de plano de carreira, que será colocado em pauta na Assembleia Legislativa, em fevereiro do próximo ano. “Com essa proposta do governo, se a greve acabar hoje será pior, porque muitos médicos estão preparados para pedir demissão. Eles estão nos pressionando e não se preocupam realmente com a nossa situação”, conclui.
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