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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Começa barbárie em SP: limpeza étnica acobertada pela "guerra as drogas".



O crack vem ocupando generosos espaços em nossa mídia.
Como um profissional que atua na área de marketing e ciente que vivemos num mundo capitalista sempre que vejo um tema ocupando tanto espaço (seja ele qual for) me pergunto: quem está pagando?!
Sim pode parecer absurdo, mas os espaços em mídias são caros e muito disputados. 
Devemos nos lembrar que quando um editor escolhe uma matéria ele deixa de publicar outra e se ele escolher a matéria errada insistentemente corre o risco de perder patrocinador, o que quer dizer, que o negócio "mídia" não se sustentará.
Assim, além da escolha do tema, o editor tem que ter a sabedoria de escolher a forma de abordá-lo, inclusive ideologicamente.
Na questão das drogas, essa postura ideológica é clara, mas a resposta da pergunta "quem paga por essa exposição do tema crack com essa vertente ideológica?" é algo instigante.
Mas, infelizmente essa só é uma das diversas questões sem respostas quando paramos para pensar sobre o tema "crack".
Seu baixo custo (uma "dose" de crack custa em torno R$ 1,oo) e o enorme prazer que proporciona já desde a primeira vez, aliado a diversos outros fatores, tem contribuído para que se espalhe por nossa sociedade, expondo ainda mais nossas mazelas.
Mas, apesar de todo esse destaque dado pela mídia, entendemos que alguns aspectos fundamentais a esse respeito não têm sido abordados com a enfase necessária, como por exemplo:

*      O crack, assim como outras drogas (oxi, merla,..) "modernas", são frutos de nossa política proibicionista. Se a produção, distribuição e consumo das drogas psicotrópicas fosse legalizado e regulamentado, certamente, essas drogas (crack, merla, oxi) NÃO EXISTIRIAM!
Porque?
Simples, por que a matéria prima (a cocaína, no caso do crack) estaria sob o controle do Estado e das empresas privadas autorizadas a produzí-las, com o seu uso devidamente regulamentado, como acontece com os remédios e suas matérias primas.
*      O crack é consequência e não causa. Não adianta desenvolvermos políticas de atendimento ao usuário de drogas se não implantarmos CAMPANHAS DE PREVENÇÃO. É como enxugar gelo, jamais terá fim...
No caso do crack especificamente uma política de prevenção passa necessariamente por atuar nos fatores sociais que levam o usuário a consumi-lo e, quanto a população excluída socialmente a maior prevenção é promover sua inclusão social, alias como a grande maioria dos usuários compulsivos de drogas.
Como exemplo, podemos citar o caso de meninas de 10 a 15 anos usuárias de crack para quem uma das utilidades da droga era anestesiá-las para suportarem a dor da penetração durante as relações sexuais.
E porque se prostituíam?
Para poderem comer e dar de comer a outros, como a seus irmãos menores, abandonados por todos como elas...

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