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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Kassab e Alckmin temiam ação do governo federal

CATIA SEABRA na FSP

A nova operação policial na cracolândia foi uma antecipação aos petistas.

Apesar do distanciamento político, Gilberto Kassab (PSD) e Geraldo Alckmin (PSDB) se uniram por temer que o ministro da Saúde,Alexandre Padilha (PT), anunciasse algum pacote federal para a área, imprimindo no prefeito e no governador o rótulo de inoperantes.

O alvo de preocupação da prefeitura e do governo estadual é o lançamento do programa federal "Consultório de Rua": transporte de equipes de saúde em vans, com a marca do governo Dilma.

O custo mensal de cada van é avaliado em R$ 50 mil, mas o aporte de recursos federais seria de cerca de R$ 18 mil. A avaliação era de que o governo federal colheria frutos do trabalho desenvolvido pela prefeitura, hoje com sete equipes de saúde nas ruas.

Cotado para a disputa pelo governo de São Paulo em 2014, Padilha chamou a atenção de tucanos ao declarar, em entrevistas, ter visitado a região da cracolândia até de madrugada.

Em conversas, Alckmin repetia que a dependência química é a pauta do momento e manifestou o temor de que o governo Dilma assumisse a bandeira de combate ao tráfico de drogas.

A proposta da operação nasceu há dois meses. Segundo integrantes do governo estadual e até do municipal, foi Kassab quem procurou Alckmin. O prefeito nega ter tomado a iniciativa.

A Folha apurou que a vice-prefeita e secretária municipal de Assistência Social, Alda Marco Antonio, e o secretário municipal da Saúde, Januário Montone, procuraram Alckmin em nome do prefeito Kassab.

Durante os preparativos da operação, Kassab se preocupava com o efeito da operação -como a dispersão de dependentes químicos pela cidade- e queria dividir o ônus com Alckmin.

Mas havia também uma cobrança da opinião pública sobre o assunto, diagnosticada em uma pesquisa interna, comparando São Paulo ao sucesso de operações no Rio.

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