Para o secretário Carlos Augusto Gadelha, a raiz do problema está na carência em tecnologia e conhecimento. "Para crescermos, o sistema de inovação tecnológica tem de ser priorizado"
O Plano Brasil Maior e o incentivo à inovação tecnológica em saúde foram temas amplamente debatidos, na manhã desta quinta-feira (10), no Senado Federal, durante o IV Fórum Nacional de Inovação Tecnológica na área de Saúde no Brasil. Na ocasião, Carlos Augusto Gadelha lembrou que o sistema de saúde no Brasil mobiliza mais do que o agronegócio, o que, segundo ele, já sinaliza o setor como estratégico para o crescimento econômico do país. "25% do que é gasto no mundo é investido na saúde", destacou o secretário de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos do MS. "A raiz do problema é a nossa carência em tecnologia e conhecimento. Para crescermos, o sistema de inovação tecnológica tem de ser priorizado".
O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luis Antonio Elias, por sua vez, elogiou a atuação do ex-presidente Lula com relação ao estímulo dado às cadeias produtivas em todas as áreas no país. "As economias que se desenvolveram, se desenvolveram a partir da ciência e da inovação", apontou. Em conformidade com Gadelha – quanto à saúde como setor estratégico ao desenvolvimento brasileiro -, Luis Elias defendeu a inovação tecnológica como a ação estratégica nesse sentido. "Países como o Brasil têm que reduzir o hiato tecnológico, inexistente nos países mais avançados", finalizou.
Representante da FINEP, Eliane Britto Bahruth explanou acerca da transformação do Brasil por meio da inovação. Eliane destacou o Plano Brasil
Maior, ressaltando a infraestrutura e a pesquisa como alicerces do mapa estratégico para o avanço tecnológico.
Marcos Vinicius de Souza, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, destacou, na ocasião, as três etapas para ser inovador. "pessoal qualificado, mercado com crescimento do consumo e baixa de juros, e apoio do governo".
PPPs
O senador Humberto Costa – presidente da Subcomissão Permanente de Promoção, Acompanhamento e Defesa da Saúde – citou a saúde como pauta prioritária no Senado Federal. Os deputados federais, Luiz Henrique Mandetta – presidente da comissão de seguridade social e família – e Newton Lima – presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Nacional – também destacaram a importância da interação entre as pastas de Saúde e Ciência e Tecnologia para o avanço do setor no Brasil. "A parceria público-privada é essencial para o crescimento do país", acrescentou, Mandetta.
Patentes
Participou da segunda parte do Fórum, Núbia Gabriela Benício, chefe de divisão de fármacos do INPI. Segundo Núbia, o Instituto vem trabalhando no sentido de alcançar maior celeridade nos pedidos de patentes. "Vislumbramos dar prioridade a produtos farmacêuticos utilizados pelo SUS, retirando-as da fila. Isso, é claro, com a parceria do Ministério", enfatizou.
Academia x Empresariado
Do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, a professora Bartira Rossi Bergmann discorreu sobre a necessidade de interação entre universidades e empresas para a ampliação da pesquisa e desenvolvimento (P&D). "Há uma mudança de paradigma, que ocorreu principalmente pelo aporte financeiro governamental às pesquisas em áreas estratégicas para o país na última década. É preciso agora instaurar meios para agilizá-la abrindo os gargalos, adequando unidades em instituições de pesquisa de acordo com as normas GLP para um eficiente desenvolvimento tecnológico", afirmou.
Diretor da ABIFINA, Odilon Costa destacou a motivação do cidadão brasileiro como combustível indispensável ao crescimento do país. "É preciso reagir, questionar para crescer. Não devemos deixar essa motivação se apagar", citou por várias vezes em seu discurso.
O evento reuniu representantes de três Ministérios – da Saúde, da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior -, do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), da Financiadora de Estudos e Projetos do Governo Federal (FINEP), da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (ABIFINA), do Instituto de Biofísica Carlos Chagas da Universidade do Rio de Janeiro e do Congresso Nacional. O debate foi moderado pelo diretor de Assuntos Corporativos da MSD Farmacêutica, João Sanches.
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