Governo de Pernambuco testa incinerador para Fernando de Noronha
Um incinerador para queimar o lixo da ilha de Fernando de Noronha (PE). Esta é a "solução" apresentada pelo Governo de Pernambuco para a destinação de resíduos sólidos no paraíso ecológico, o que prova sua incapacidade administrativa em evitar o problema de forma sustentável, investindo em coleta seletiva, consumo consciente e proibição de entrada de produtos descartáveis na ilha.
Apesar de a pegada ecológica de Fernando de Noronha, segundo o Estudo de Capacidade de Suporte, realizado em 2009 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ser de 50 toneladas de carbono/per capita, 14% maior que a média mundial, o Governo de Pernambuco ignora as soluções sustentáveis e já começou a testar o incinerador que aumentará as emissões de carbono na ilha. Atualmente, toda energia produzida em Noronha vem de uma usina termelétrica, que consome 2,2 milhões de litros de diesel por ano.
O gaseificador queimará cerca de quatro toneladas/dia de resíduos sólidos não recicláveis, 58% do produzido na ilha, gerando cinzas e gases de combustão. As cinzas devem ser depositadas em aterros e a energia calorífica dos gases pode ser aproveitada para a produção de eletricidade. Para a implantação do novo processo de tratamento de resíduos, é estimado um investimento de aproximadamente R$3,3 milhões. Assim, o Governo de Pernambuco visa reduzir o custo operacional de transporte dos resíduos. Em janeiro, para retirar três toneladas de lixo acumulado desde 2009, foram gastos R$1,6 milhões.
Entretanto, nesta conta não se contabiliza o quanto seria mais fácil e barato investir, por exemplo, na coleta seletiva e reaproveitamento de materiais na ilha. Caso não sejam instalados sistemas de tratamento para as emissões gasosas, o gaseificador apresenta riscos para a saúde pública e o ambiente em geral, ainda mais em uma pequena ilha de 17 km². Pernambuco apresenta uma "solução do futuro" utilizando métodos do passado, quando militares e civis queimavam todo o lixo da ilha, na época, uma quantidade ínfima comparada ao produzido pelos 700 turistas diários que visitam o arquipélago.
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