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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Novas Carreiras: Saúde Coletiva


no Extra


O atual cenário da saúde pública no país preocupa a sociedade e exige do governo medidas para melhorias imediatas. Hoje, reelaborar o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e consolidar a reforma sanitária são prioridades para atender às necessidades de saúde e qualidade de vida da população.

A carência de profissionais para atuar no setor, no entanto, e principalmente sanitaristas é uma realidade encarada pelo mercado. Para suprir essa necessidade, foi criada recentemente a graduação em Saúde Coletiva.

Graduação criada para focar em aulas práticas

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é uma das instituições que hoje oferecem o curso no país. A UFRJ forma sua primeira turma no final deste ano. O curso, que existia apenas como uma pós, foi transformado em graduação com intenção de formar alunos com preparo prático.

- Apesar do sanitarista sempre ter sido um profissional atuante de modo significativo para a melhoria das condições de saúde das populações, a profissão não era muito valorizada por depender não apenas da pós-graduação, mas também de uma experiência prática. Tendo em vista que esses sanitaristas levavam um tempo grande para serem capacitados, foram criados os primeiros cursos de Graduação em Saúde Coletiva, em nível de bacharelado, a fim de profissionalizar precocemente o sanitarista – analisa Jacqueline Cintra, diretora adjunta da graduação na universidade.

A atuação do sanitarista não tem cunho clínico. Esse profissional atua exclusivamente de forma administrativa. Assim, são aptos a atuar no planejamento, na gestão e na execução de ações em Saúde Coletiva.

- Esse preparo é paulatinamente organizado para o conhecimento de políticas, epidemiologia e ciências sociais. Existem, é claro, algumas disciplinas das ciências biológicas ofertadas para que os alunos possam ter discernimento do processo saúde-doença – explicou Jacqueline.

Grade Curricular

O curso tem duração de 8 períodos. Na grade curricular estão, além das disciplinas de saúde, matérias de genética e também estatísticas.

- Diferentemente das aulas dos outros profissionais de saúde que desempenham atividades práticas para aprender técnicas de atendimento individual, o sanitarista desempenha atividades práticas no nível central e nas áreas programáticas das secretarias de saúde, em algumas instituições públicas desde que voltadas para a ênfase em intervenções da Saúde Coletiva tais como: a promoção da saúde, o planejamento e gestão de políticas públicas de saúde, a avaliação em saúde dos grupos populacionais, monitoramento da vigilância epidemiológica – esclarece Jacqueline.

Mercado de Trabalho

Hoje, o profissional graduado em Saúde Coletiva encontra mercado tanto no setor público quanto no privado e podem estagiar em autarquias, instituições públicas, privadas e filantrópicas, desde que relacionada a organização, orientação e gerenciamento da saúde de grupos populacionais.

- A título de curiosidade, cerca de 98% dos 5565 municípios do Brasil não possuem sanitaristas como secretários municipais de saúde, fora as secretarias estaduais de saúde, e os níveis centrais de administração, hospitais, centros de saúde. Isso só em nível público, além das empresas, instituições e o terceiro setor. Ou seja, o mercado é farto – revela.

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), existem hoje no país apenas 5 instituições que oferecem a graduação. Além da UFRJ, estão a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMG) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).

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