Gurgel: 'era bom que houvesse' repercussão do mensalão nas urnas
via Luis Nassif
Na iminência do relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, encaminhar seu voto pela condenação do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu por corrupção ativa, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira que seria bom que o resultado do julgamento repercutisse nas eleições municipais, cujo primeiro turno está marcado para o próximo domingo. "Não sei. Isso aí as urnas dirão se haverá alguma repercussão. A meu ver, era bom que houvesse", disse.
Joaquim Barbosa iniciou nesta quarta-feira a leitura de seu voto na parte em que analisa as acusações de corrupção ativa contra Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Dirceu chefiou uma quadrilha de compra de apoio político no Congresso, durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O relator, até esse ponto, já se referiu a prova das reuniões, dos contatos feitos com diversos atores desse esquema criminoso. Os autos são fartos de provas de seu envolvimento. Há momentos que uma das testemunhas afirma que nada era decidido sem a participação de Dirceu. Tudo dependia de Dirceu", disse Gurgel.
Para o procurador, a tendência condenatória concentrada em Dirceu não enfraquece a denúncia contra Genoino. "Na condição de presidente do PT, ele teve uma participação também muito importante na celebração desses acordos com o pagamento indevido de vantagens", afirmou.
A PGR voltou a defender que as penas sejam executadas imediatamente após o fim do julgamento, para que a lei tenha validade para todos. "De uma vez por todas é preciso que, no Brasil, a lei valha para todos. Se o criminoso comum vai para a cadeia, é preciso que o colarinho branco vá para a cadeia também. Todos são brasileiros igualmente", disse.
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