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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Fumo degenera o cérebro, diz estudo britânico


Hipertensão arterial e sobrepeso também podem afetar a memória e o aprendizado




Felipe Sil felipe.sil@oglobo.com.br




Desgaste. Fumo gera efeitos após quatro anos




tabagismo leva à degeneração do cérebro, prejudicando a memória, o aprendizado e o raciocínio, segundo pesquisadores do King's College de Londres, que realizaram um estudo com 8,8 mil pessoas acima de 50 anos. Os efeitos negativos no cérebro também foram percebidos naqueles com pressão alta ou sobrepeso, mas numa proporção menor que nos fumantes.




Publicado no periódico "Age and Ageing", o estudo investigou a relação entre doenças cardiovasculares e o funcionamento do cérebro. Foram levadas em conta informações sobre o estilo de vida e aplicados testes cognitivos nos pacientes, repetidos novamente após quatro e oito anos. Os cientistas anotaram informações como tabagismo, pressão arterial, níveis de colesterol e Índice de Massa Corporal (IMC), assim como o Escore de Risco de Framingham, análise que determina a probabilidade de um indivíduo desenvolver doença cardiovascular ou derrame em um período de dez anos.




Estilo de vida e capacidade cerebral




Os resultados mostraram que o risco de um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral foi "significativamente associado ao declínio cognitivo", ou seja, aqueles com maior risco tinham maior redução da capacidade cerebral. Os fumantes tiveram os piores resultados nos testes. Já os pacientes com alto IMC estavam relacionados com menor desempenho na memória e os com pressão alta com menor desempenho cognitivo e memória.




- Foram identificados fatores de risco que podem ser associados ao declínio cognitivo acelerado, sendo todos eles modificáveis - explicou o chefe do estudo, Alex Dregan. - Precisamos chamar a atenção para a necessidade de mudanças no estilo de vida devido ao risco de declínio cognitivo.




Ele ainda levantou outra hipótese para a perda cognitiva dos fumantes:




- Uma possibilidade é que o fumo leve a doenças no pulmão, que também se relacionam com o declínio na memória - avaliou Dregan.




Os pesquisadores ainda não podem afirmar se a queda precoce na função cerebral poderia levar a condições como a demência.




- Outras pesquisas vêm relacionando o fumo e a pressão alta com um maior risco de perda cognitiva e demência, e este estudo traz maior peso a estas evidências - comentou Simon Ridley, do Centro de Pesquisa de Alzheimer do Reino Unido. - O declínio cognitivo com a idade pode evoluir para a demência, portanto, desvendar os fatores que estão ligados a este declínio pode ser crucial para encontrar maneiras de prevenir a doença.



Os participantes realizaram dois testes de desempenho cognitivo, os resultados foram combinados com um terceiro teste, sobre o índice cognitivo geral.

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