O jornalista Álvaro Borba se levantou em defesa da cantora Aline Albuquerque.Alguém investida de PODERzinho e em nome da Secretaria Municipal de Turismo fez a cantora chorar na feirinha do Largo da Ordem.
Todo o caso está no blog ABCuritiba.
A Curitiba do não pode, não faça e não pense precisa acabar. Ser feliz não é falta de educação. Eu juro!
Conheça Aline, seu texto e sua voz.
Reportagem de Cristina Seciuk para a CBN apura o caso de Aline Albuquerque, a cantora que foi abordada aos berros por uma fiscal da Secretaria de Turismo durante uma apresentação. Infelizmente a secretaria não conta o nome da pessoa que, visivelmente desequilibrada, patrocinou um verdadeiro show de horrores na Feirinha do Largo da Ordem. Para hoje, temos um texto da própria Aline Albuquerque sobre o episódio:
Aparentemente pode parecer muito simples fazer apresentações de rua em Curitiba, mas não se enganem! Isso envolve autorização de um tipo de secretaria para cada lugar que vou me apresentar.
Existem muitos equívocos ideológicos e jurídicos e nós artistas somos erroneamente abordados por “fiscais” da secretaria de turismo e urbanismo, que alegam sermos vendedores ambulantes e estarmos atrapalhando o ambiente.
Uma lei municipal de 1983 não distingue artistas que vendem sua própria arte de vendedores ambulantes que vendem produtos provindos do Paraguai. Na verdade, li esta lei municipal 6407/1983 e ela nem cita artistas na rua, mas somos abordados como ambulantes criminosos e impedidos de exercer a nossa profissão.
Isso é um absurdo enorme!
Além de muitos entraves em relação a venda dos nossos CDs , as performances independentes em vias públicas também sofrem com a NOVA FORMA DE CENSURA. Apesar do artigo 5. inciso 9. da constituição brasileira salvar que qualquer forma de arte e expressão é livre de autorização, permissão e cobrança de taxas, essa censura ocorre várias vezes sem que a população curitibana saiba.
Foi justamente o que aconteceu ontem na Feira do Largo da Ordem onde muitas pessoas puderam presenciar o que nós artistas (menores) passamos quase que diariamente.
Ontem eu estava no meio de uma música quando uma senhora veio de longe aos berros dizendo para eu abaixar o volume, que eu não pagava a taxa da feira e que uma barraqueira tinha reclamado do meu volume e de forma humilhante e grosseira me interrompeu.
Eu disse que diminuiria o volume e ela continuou a berrar. Quando ela foi embora e o público começou a questionar o que era aquilo, e eu por nervosismo, comecei a chorar e pedi desculpas pelo que estava acontecendo.
Deixei meu colega Luis do grupo Viento Sur seguir o show dele até eu me recompor. O detalhe é que em nenhum momento veio algum comerciante reclamar diretamente do volume para mim. É de praxe e eu sempre peço que me avisem!
Concordo plenamente em existir regras para um convívio melhor na sociedade! Sou a favor do respeito mútuo e de que o artista, quando está na rua, faça uma performance com volume de som moderado, que respeite o meio ambiente, que não obstruam vias ,etc.
O que acho errado é justamente o artista não poder mostrar , compartilhar e vender a sua arte! Arte que envolve a nossa CULTURA LOCAL, nossa PRÓPRIA CULTURA gente!
É como dizer ao engenheiro que ele pode ter a idéia arquitetônica, mas não pode vender o projeto! Pior ainda… É incentivar as culturas de fora e fazer as pessoas ignorarem a própria cultura! ALIENAR O PRÓPRIO POVO da importância de se preservar as coisas que vem da própria terra… É desvalorizar o próprio povo!
Além de me dispor a sair de casa carregada de coisas pesadas e instrumentos, pegar ônibus, ficar no sol, e doar a apresentação para a população, ainda sou barrada, humilhada com insinuações de que eu sou menos importante e tenho menos direitos porque não pago para tocar e sou artista! É mole?
AS SECRETARIAS DEVERIAM PAGAR PARA EU ME APRESENTAR PARA A POPULAÇÃO ME CONHECER, isso sim!
Não sou só eu que sofro com isso! TODOS OS ARTISTAS que vão para rua sofrem com isso, só que a diferença é que eu sei escrever, tenho formação acadêmica, li meus direitos , sei conversar e escrevo bem! E quem não sabe? Como fica?
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