Domingo pela manhã, Dani e eu assistindo TV.
Jodie Foster e Chow Yun-Fat contracenando em "Anna e o Rei".
Tem uma das cenas em que uma senhora da nobreza do Sião vai reclamar com o rei por sentir-se prejudicada pela libertação de uma das suas escravas.
Naquele tempo, as pessoas não podiam ficar de pé perante o rei.
Os escravos que acompanhavam a senhora e a abanavam com grandes leques, ficavam o tempo inteiro com as cabeças baixas, indignos que eram para sequer olhar para o soberano.
O filme é interessante, uma refilmagem de um original da década de 40 do século XX, ambos baseados nos diários de Anna Leonowens, uma governanta britânica que vai para o Sião durante os anos 1860. A história se concentra essencialmente no choque cultural entre os valores da governanta e as leis autocráticas do Sião durante o reinado de Mongkut.
Dani comenta comigo sobre aqueles costumes, a separação das castas, as pessoas escravizadas sendo herdadas e negociadas como mercadorias.
Daí nos lembramos de outro filme, o fabuloso "Histórias Cruzadas", que é ambientado nos Estados Unidos da década de 1960. As "castas" e a exploração do homem pelo homem em um passado não tão distante.
Afinal de contas, as coisas rolam assim no mundo desde muito antes do reino de Sião e continuaram muito depois dele...
CORTE RÁPIDO, TERMINA O FILME
Almoço no Beto Batata, domingo, no shopping.
Nossa mesa fica próxima ao buffet de feijoada.
Olho para as pessoas que estão na fila. Atenção despertada por uma moça toda trajada em branco, mostrando alguma dificuldade para entender os procedimentos da casa para fazer o seu prato.
Mais tarde, nos corredores do shopping, passa uma jovem senhora loira empurrando um carrinho com bebê.
Obediente e discreta, mantendo sempre um passo atrás da senhora, os olhos quase sempre baixos, segue a moça de branco...
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